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OPINIÃO

Bergamo: Punir Bolsonaro e baixo clero dos militares seria anistia informal

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/09/2023 09h10

A delação de Mauro Cid, que associa membros da cúpula das Forças Armadas às tratativas golpistas de Jair Bolsonaro, evidencia a necessidade de punição aos militares de alta patente, como destacou a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo. Em participação no UOL News, ela alertou para o risco de haver uma "anistia informal" como a ocorrida na ditadura.

Era o Bolsonaro quem buscava apoio dos militares ou os militares também estavam nessa? Do jeito que se desenha a coisa, há embaixo pessoas punidas com 17 anos de prisão [pela participação nos atos golpistas de 8/1] e o Bolsonaro punido não sei por quanto tempo. Não houve ninguém no meio? De novo, como aconteceu na ditadura, haverá uma espécie de 'anistia informal' para deixar os militares de lado? A delação de Cid está trazendo a participação de militares e precisamos ver até que ponto vai avançar. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S. Paulo

Bergamo ressaltou que se acumulam indícios de que Bolsonaro buscava apoio para uma trama golpista. Para a colunista, o ex-presidente produziu evidências contra si próprio, como na live na qual afirma "ter tentado de tudo dentro das quatro linhas".

Chovem indícios de que ele buscava, de fato, essa alternativa. Para condená-lo, é preciso uma prova. O testemunho do Cid é muito importante e vai se juntar à live e a todos os outros indícios para formar um conjunto probatório. Bolsonaro forneceu diversas evidências sobre essa possibilidade de buscar uma interferência no sistema eleitoral e tentar apoio militar para, no mínimo, conturbar o processo. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo

Bergamo: Voto de Rosa sobre aborto é histórico e pauta tema evitado no STF

Mônica Bergamo exaltou o voto da ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber pela descriminalização do aborto e o considerou "histórico". A colunista se mostrou reticente quanto às chances de o tema ser votado logo no STF. Ela contestou quem pede a prisão de mulheres que fizeram aborto e citou algumas personalidades que interromperam uma gravidez, como Hebe Camargo, Cássia Kis, Cissa Guimarães, Elba Ramalho, Marília Gabriela e Aracy Balabanian.

O aborto sempre foi um tema muito complicado e que se evitou abordar. O Congresso não consegue discutir esse assunto e a Suprema Corte sempre fugiu dele. Nunca chegou ao plenário e nunca teve um voto tão contundente a favor da descriminalização. A ministra Rosa Weber deu um voto histórico, que acendeu o debate. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo

Maierovitch: Rosa entra para a História e pauta aborto no momento certo

Wálter Maierovitch afirmou que Rosa Weber "entra para a história" ao votar a favor da descriminalização do aborto. O colunista elogiou a postura da ministra do STF e lembrou da violência sofrida por muitas mulheres, principalmente das camadas mais pobres da população, quando procuraram clínicas clandestinas para realizar um aborto.

Rosa Weber coloca no momento certo, importante e fundamental esse tema. Temos que examinar esse aspecto e é por isso que ela entrará para a História. Esse voto fecha com chave de ouro sua presidência, marcada pela imparcialidade e retidão de conduta. Wálter Maierovitch, colunista do UOL

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Quando: de segunda a sexta, às 8h, às 12h e 18h.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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