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Em crise no RJ, Castro diz que legislação do Brasil 'faz o crime compensar'

Cláudio Castro (PL), governador do Rio de Janeiro Imagem: WALLACE SILVA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

03/11/2023 08h28

O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), afirmou que a legislação brasileira dificulta a punição de criminosos e "faz o crime compensar". A declaração foi dada em entrevista à revista Veja.

O que aconteceu

Castro disse que esbarra em "competências federais" para combater o crime organizado. "A verdade é que nossa legislação faz com que o crime acabe compensando, porque não pune traficantes e milicianos como deveria", afirmou.

O governador também criticou a Justiça e disse que "nossa parte, a gente faz". "O cara comete um crime, porta arma de guerra, faz trabalho de milícia, de tráfico e, quando é preso, volta para casa depois de dois, três anos. Vale a pena, não?", acrescentou Castro.

Os países que resolveram os gargalos da segurança não permitem uma progressão de regime como esta. Fui inclusive a Brasília para propor mudanças de legislação, de modo a endurecer as penas. Claudio Castro (PL), em entrevista à Veja

Lula anuncia medida contra crime organizado

Presidente publicou decreto para empregar as forças armadas em portos e aeroportos contra o crime organizado. O Decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) será aplicado em portos e aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro. A medida foi anunciada na última quarta-feira (1º) para combater o crime organizado.

Entram no decreto os portos de Itaguaí (RJ), Rio (RJ) e Santos (SP), e os aeroportos do Galeão (RJ) e de Guarulhos (SP). "Se precisar ampliar para mais portos e aeroportos, nós vamos ampliar", disse Lula durante a assinatura.

O decreto tem validade até maio de 2024. Ele entrou em vigor na data de publicação.

A ação, que será integrada com a Polícia Federal, também inclui monitoramento extra nas fronteiras, a ser feito pelo Exército e pela Aeronáutica em Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Não houve anúncio de GLO nessas regiões.

Já a Marinha irá atuar ampliar a atuação na Baía de Guanabara (RJ), na Baía de Sepetiba (RJ), nos acessos marítimos ao Porto de Santos (SP) e no Lago de Itaipu, também em conjunto com a PF, mas sem GLO.

Crise na segurança do Rio

Nesta semana, a PF e o Gaeco realizou a operação Embryo, deflagrada contra a milícia de Rio das Pedras. Foram cumpridos 28 mandados — 13 de prisão preventiva e 15 de buscas e apreensão na capital fluminense, em Saquarema e Angra dos Reis.

Operação teve a prisão de dois milicianos: Dalmir Pereira Barbosa e Taillon de Alcântara Pereira Barbosa —este último, parecido com um dos médicos assassinados na Barra da Tijuca no começo de outubro. Eles são suspeitos de comandar a milícia de Rio das Pedras.

Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo, lavagem de dinheiro e outros. "Embryo" significa 'embrião' em inglês, dado que a comunidade do Rio das Pedras é considerada o berço das milícias do Rio.

Ônibus incendiados

No último dia 23, ao menos 35 ônibus foram incendiados na zona oeste do Rio de Janeiro, segundo a Rio Ônibus, o sindicato das empresas de ônibus do Rio. Os veículos foram queimados após a morte de um miliciano. Foi o maior número de ônibus incendiados em um único dia na história do Rio, de acordo com o sindicato.

O miliciano morto foi identificado como Matheus da Silva Rezende, conhecido como Teteu e Faustão. Ele é sobrinho de Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, que integra a maior milícia do Rio de Janeiro.

Investigações da Polícia Civil apontam que Teteu seria o homem de guerra da milícia na disputa por territórios, responsável por chefiar rondas dentro da zona oeste.

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