'Mortadela', empurrões: deputados brigam, e votação da Sabesp será na 4ª
O último debate entre deputados estaduais sobre a privatização da Sabesp foi marcado por brigas e até troca de empurrões na Alesp. A votação está prevista para acontecer nesta quarta-feira, a partir das 17h30.
O que aconteceu
Discussão por causa de um lanche. Os deputados estaduais Ênio Tatto (PT) e Lucas Bove (PL) bateram boca durante o debate.
O parlamentar bolsonarista comia um lanche perto da plateia, majoritariamente de esquerda. Nos últimos anos, políticos de direita têm relacionado o sanduíche de mortadela de forma pejorativa à esquerda.
Petista pensou que o lanche fosse de mortadela e disse que isso seria uma provocação do bolsonarista. "Questão de ordem, senhor presidente, porque pode acabar com problema sério. O deputado Boce está comendo pão com mortadela para provocar a plateia. Não pode comer no plenário, e isso é uma provocação. É vergonhoso", declarou Tatto.
"Presidente, é peito de peru, não é mortadela. Estão sendo levianos", gritou Bove. Ele correu do fundo do corredor até o microfone e levantou o tom de voz. "Eu prefiro muito mais o pão com mortadela do que o pão com peito de peru", reagiu Beth Sahão (PT).
Presidente da Alesp pediu que o deputado terminasse de comer na cantina. André do Prado (PL) preside as discussões sobre privatização da Sabesp na Assembleia Legislativa de São Paulo nesta noite.
Plateia gritou "fora" para o bolsonarista, e o presidente da Alesp ficou nervoso. "Por favor", gritou Prado por três vezes. Na sequência, afirmou que manifestações do público não serão aceitas nesta quarta-feira, durante a votação. "O regimento será cumprido amanhã. Já pedi umas dez vezes para vocês."
Outra briga
Petista e bolsonarista se empurram. Os deputados Donato (PT) e Gil Diniz (PL) trocaram empurrões durante outra discussão. O dois se estranharam após Guto Zacarias (União Brasil) criticar o PT, e Emídio (PT) chamar o MBL de "lixo".
Privatização será votada a partir das 17h30
58 votos favoráveis ao fim do debate. Os deputados aprovaram o término dos discursos na tribuna, o que é uma vitória para os governistas, pois a próxima etapa é a votação.
Texto precisa de 48 votos para ser aprovado. Na base aliada, expectativa é que projeto passe com o voto favorável de cerca de 50 deputados.
Opositores da privatização lotaram o plenário. Representantes do partido Unidade Popular encheram os 240 lugares do principal auditório da Alesp. Em vários momentos, gritaram contra a privatização e pela realização de um plebiscito para decidir sobre a medida. Parte do grupo ainda ficou fora do prédio, devido à falta de espaço.
União Brasil tem deputados contra e a favor da privatização. Guto Zacarias apoia a medida, que sofre oposição de Daniel Soares.
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Quero receberRepresentantes do governo Tarcísio de Freitas devem se reunir com membros do União Brasil nesta quarta. A legenda é comandada na Alesp por Milton Leite Filho — ele é filho de Milton Leite, presidente da Câmara Municipal da capital e opositor da privatização até o momento.
Alesp ainda precisa votar dois textos até o fim do ano. Os projetos da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do orçamento para 2024 já foram enviados por Tarcísio à Casa, mas ainda não foram analisados pelas comissões. Sem a aprovação deles até o dia 31, o estado pode depender de créditos suplementares e outros instrumentos para operar nos próximos meses.
Recesso da Alesp começa no próximo dia 21. Caso os deputados não consigam aprovar a LDO e o Orçamento até essa data, André do Prado tem a prerrogativa de estender os trabalhos até quando for necessário.
Oposição cita empresas com problemas
"Lojas Americana é estatal?", perguntou Emídio (PT). Provocação foi direcionada a Major Mecca (PL), que comentava sobre a ineficiência de empresas públicas. "Ladrão tem em qualquer canto", respondeu o deputado da base aliada.
Enel mais uma vez foi citada pela oposição. A deputada Paula da Bancada Feminista (PSOL) mencionou a concessionária de energia como exemplo de má prestadora de serviços, após o apagão do dia 3 de novembro.
Deputado cita Braskem para criticar privatização. Alagoano, Jorge do Carmo (PT) manifestou solidariedade às pessoas que tiveram de deixar suas casas em Maceió por conta do afundamento de uma região explorada pela empresa.
O que dizem deputados
O que o governo está fazendo é rifar um dos maiores patrimônios públicos que o nosso país tem. Em todo o mundo, a privatizacão significou piora do serviço e aumento da tarifa.
Paula da Bancada Feminista (PSOL)
Eu sou bolsonarista e sou a favor da privatização. Os benefícios e a melhoria na prestação dos serviços de água e esgoto serão para todos.
Major Mecca (PL)
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