Dinheiro é finito, diz Tarcísio sobre aumento da tarifa do transporte

Tarcísio de Freitas disse hoje que o aumento da tarifa do metrô e da CPTM para R$ 5 é necessário para que o estado possa investir em outras áreas, como a saúde.

O que aconteceu

Governador de São Paulo disse que "dinheiro é finito". Tarcísio afirmou que o aumento é necessário para manter o serviço funcionando com qualidade e regularidade. "Ou eu vou bancar a tabela do SUS Paulista ou vou subsidiar o transporte", justificou.

Mesmo com o aumento, o governador afirmou que terá de pagar mais de R$ 2 bilhões para subsidiar o transporte. O reajuste no valor da passagem gerou um impasse com a Prefeitura de São Paulo, que decidiu não acompanhar o aumento e ainda anunciou tarifa zero aos domingos.

A declaração de Tarcísio aconteceu após ele apresentar um balanço de cada área do primeiro ano de seu governo, mas sem citar problemas. Ao falar sobre a educação, por exemplo, os graves erros contidos num material produzido pela Secretaria da Educação não foram mencionados. Na entrevista coletiva que deu na sequência à imprensa, no entanto, admitiu que há áreas em que a gestão comete erros.

Ele elencou a segurança pública como uma das prioridades em 2024. O governador reconheceu não estar satisfeito com a área e anunciou medidas que pretende implementar ano que vem, como colocar profissionais da reserva para assumir funções administrativas e liberar os da ativa para ir para a rua. Tarcísio também mencionou a instalação de bases de polícia no centro da cidade, região onde fica a "cracolândia".

Governador diz que vai dialogar com o Congresso para mudar legislação da reincidência, que classificou como uma "chaga". "Não podemos prender a mesma pessoa cinco vezes. A gente vai ter que pensar como sociedade como combater isso", afirmou.

Relação com Alesp e com Lula

A um auditório lotado de políticos e membros de sua gestão, o governador fez elogios a Alesp (assembleia paulista). Apesar de ter conseguido aprovar projetos importantes, como a privatização da Sabesp na Casa, Tarcísio enfrentou ao longo do ano a insatisfação de alguns parlamentares.

Entre os deputados estão aqueles da ala conhecida como "bolsonarista raiz", que se viu excluída e até formou um grupo que prega independência do governo. Tarcísio sofreu derrotas na Alesp como falta de quórum em discussões na Casa.

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Tarcísio indicou que não irá contra Bolsonaro nas eleições de 2024. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), espera o apoio do ex-presidente, mas ainda não há uma definição sobre quem será o candidato do bolsonarismo na capital paulista. "O que vocês podem esperar é que jamais vou me colocar contra o Bolsonaro em decisão nenhuma, não vou me envolver em campanhas eleitorais onde tiver bola dividida."

Sobre a relação com o governo Lula, Tarcísio disse que é "republicana". Questionado sobre a declaração do presidente sobre sua ausência em um evento do fim de semana, o político disse que não iria comentar e que é o governador de oposição "que todo mundo queria".

O que disse o governador

Com relação aos comentários do presidente no fim semana, sinceramente não vou comentar. A gente sempre tem tratado as questões com o governo federal com o máximo respeito, da forma mais republicana possível (...) Sou um governador de oposição que todo mundo queria ter. Não fico criticando, não fico na rede social, eu trabalho.

Estou satisfeito com a segurança pública? Claro que não. Não posso estar. Não quero ter o cidadão sendo abordado por motocicleta todo dia, sendo assaltado (...) Diria que temos mais para fazer, principalmente na área da segurança pública.

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