Bolsonaristas defendem Carlos após operação da PF: 'Vingança política'
Políticos bolsonaristas postaram mensagens de apoio e opinaram sobre os objetivos da operação da PF contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos).
O que aconteceu
O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), disse que a operação é "vingança política". "Para isso querem prender o presidente Jair Bolsonaro e qualquer coisa serve de mote. O regime avança sobre a oposição", escreveu.
O deputado Messias Donato (Republicanos-ES) chamou o caso de "perseguição". "E começa mais uma semana com mais perseguição política escancarada para minar adversários e calar a oposição", disse.
Um a um estão calando a oposição no Brasil. Hoje foi Carlos Bolsonaro, mas vários já foram vítimas dessa perseguição e certamente outros ainda serão. Perseguem nas escolas, nas universidades, nas famílias, nas igrejas, nas redes sociais. Perseguem no Parlamento.
-- Messias Donato (@MessiasDonato) January 29, 2024
Para o senador Jorge Seif (PL-SC), também se trata de "perseguição" à família Bolsonaro e "todos ligados" ao ex-presidente. "A base da investigação foi uma reportagem do Globo. Ou seja, o consórcio da extrema imprensa, do desgoverno e do judiciário seguem a cartilha de ditadores: destruir todo e qualquer que se oponha a seu projeto de poder. Bem-vindos a Brazuela!", publicou no X.
Já o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) disse que a operação de hoje é uma resposta à transmissão ao vivo que a família Bolsonaro fez neste domingo (28). "O recado foi claro. Não façam mais lives falando a verdade para milhões de pessoas ou vai todo mundo preso", afirmou, em publicação no X.
A operação
A PF fez buscas numa casa em Angra dos Reis (RJ) onde estão Carlos, os irmãos Eduardo e Flávio e Jair Bolsonaro. Outro alvo é Giancarlo Gomes Rodrigues, ex-assessor da Abin. A PF encontrou e apreendeu 10 celulares na casa do militar.
Foram apreendidos computadores, celulares e outras mídias que estavam com Carlos. A casa e o gabinete de Carlos na Câmara Municipal do Rio, além de assessores de Carlos, também foram alvos.
"Abin Paralela"
A PF investiga se aliados de Bolsonaro na Abin usaram, de forma indevida, outras ferramentas de espionagem, além do First Mile. O software permite o monitoramento de geolocalização de celulares em tempo real. Segundo a PF, o então diretor da agência, Alexandre Ramagem, teria utilizado sua posição para "incentivar e encobrir" o uso de um programa espião.
Os investigadores suspeitam que Ramagem utilizou da estrutura da Abin para tentar fazer provas em defesa de Flávio e Jair Renan Bolsonaro, filhos do ex-presidente, e espionar adversários políticos do ex-mandatário, como Joice Hasselmann e Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara.
A Abin teria sido instrumentalizada para monitoramento da promotora de Justiça responsável pelo caso da vereadora Marielle Franco. Em decisão que autorizou buscas contra Ramagem, o ministro Alexandre de Moraes classificou a postura do ex-diretor da Abin como de "natureza gravíssima".
O First Mile é um programa adquirido pela Abin que permite ao usuário rastrear dados de geolocalização de qualquer pessoa. A ferramenta permite o rastreio de até 10 mil pessoas por ano.
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