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Mourão compara estatística sobre saidinhas a biquíni: 'Esconde o essencial'

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) comparou estatísticas sobre "saidinhas" de presos das cadeias a biquínis ao dizer que as vestimentas femininas "mostram tudo, mas escondem o essencial".

O que aconteceu

Mourão apoiou o fim das "saidinhas" dos presos durante sessão da Comissão de Segurança Pública do Senado, nesta terça-feira (06). Na ocasião, os parlamentares discorriam sobre o relatório do projeto, assinado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que foi aprovado, e passará a ser debatido na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

Membro da Comissão, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) disse que o relatório de Flávio deve ser alterado na CCJ. Ele citou dados sobre as saídas temporárias de presos divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo, de que menos de 5% dos detentos que tiveram direito a essa prerrogativa no Natal de 2023 não retornam para as prisões.

"[A Folha mostrou] que neste último Natal menos de 5% [dos detentos que saíram temporariamente] não voltaram às prisões e cometeram crimes. Então 95% dos inocentes pagarão pelos pecadores", questionou Kajuru, ao defender mudanças no texto do relator.

Posteriormente, Mourão contestou os dados estatísticos apresentados por Kajuru. "Só um comentário para o meu amigo, senador Kajuru, só para lembrar que estatística é igual a biquíni, mostra tudo, mas esconde o essencial".

Projeto de lei que prevê acabar com as saídas temporárias de presos tramita no Congresso desde 2013. O PL foi aprovado pela Câmara dos Deputados em agosto de 2022 e, desde então, está parado no Senado. Hoje, o relatório de Flávio Bolsonaro foi aprovado pela Comissão de Segurança Pública da Casa e vai à CCJ. Se passar, o projeto vai para votação no plenário e, em caso de aprovação, seguirá para sanção presidencial — o presidente pode vetar.

Atualmente, a legislação brasileira permite que presos com bom comportamento no regime semiaberto podem deixar a prisão em períodos específicos do ano para visitar os familiares e depois retornarem às prisões. Esses presos também podem exercer serviços laborais e frequentar cursos como forma de ressocialização — o projeto em discussão no Congresso prevê apenas o fim das chamadas "saidinhas".

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