Presidente do PSB diz que fala de Lula sobre Israel foi um 'desastre'
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, classificou a fala de Lula (PT) sobre Israel como um "desastre". O petista comparou os ataques de Israel em Gaza com o Holocausto, genocídio promovido pelos alemães nazistas contra judeus.
O que aconteceu
Siqueira disse que lamentou "profundamente" a comparação. "Achei a comparação inapropriada, fora de contexto, para não dizer 'inaceitável'. Realmente, foi um desastre", afirmou ao UOL.
O presidente do PSB também destacou que "só o tempo dirá" se a declaração irá causar alguma consequência prática ao Brasil.
"Quase chocante essa declaração para quem conhece bem a história, o que o Holocausto foi para o povo judeu", acrescentou.
O posicionamento de Siqueira se opõe à postura adotada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que é filiado ao PSB. O também ministro do Desenvolvimento disse que Lula deixou claro que "ato do Hamas foi terrorista" e que "defende a paz".
Pedido de desculpa
Presidente não deverá se desculpar por fala. O Palácio do Planalto pretende reforçar que as críticas sobre o conflito na Faixa de Gaza focam no Estado de Israel e no governo de Benjamin Netanyahu, e não no povo judeu.
Planalto avalia que a fala de Lula não estava errada, mas que o discurso pode, sim, ser confundido com um ataque ao povo judeu. O presidente está reunido nesta manhã com o ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, e o ministro Paulo Pimenta (Secom) no Palácio da Alvorada para tratar do assunto.
"Persona non grata" até que retire o que disse. O termo em latim significa pessoa indesejada e se refere à prática de um Estado proibir um diplomata (no caso de Lula, um chefe de Estado) de entrar no país em viagem oficial. O chanceler Israel Katz enviou a mensagem, por intermédio do embaixador brasileiro no país, Frederico Meyer, de que Lula não é bem-vindo até que retire o que disse.