Em ato de desagravo, governo Lula chama embaixador israelense
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva convocou o embaixador de Israel em Brasília em um gesto de desagravo. A medida ocorre diante da escalada retórica entre o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu depois das acusações do presidente brasileiro da existência de um genocídio em Gaza e a comparação ao nazismo.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, diante da gravidade das declarações desta manhã do governo de Israel, o chanceler Mauro Vieira, que está no Rio de Janeiro para a reunião do G20, convocou o embaixador israelense Daniel Zonshine para que compareça hoje ao Palácio do Itamaraty, na capital fluminense.
Ele ainda chamou para consultas o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, que embarca para o Brasil amanhã.
É a quarta vez que o representante israelense em Brasília seria convocado ao Itamaraty desde que a ofensiva em Gaza começou.
O Itamaraty tem caracterizado o comportamento de Netanyahu de "carnaval", diante da reação do israelense diante das críticas de Lula.
A ordem na diplomacia é a de não repetir o comportamento de Netanyahu. Mas tampouco dar sinais de ceder.
A atitude dos israelenses de convocar o embaixador brasileiro Frederico Meyer foi seguida pela declaração de que Lula seria "persona non grata" até que peça desculpas pela comparação ao nazismo.
Lula não só não pedirá desculpas como o governo deve deixar claro ao diplomata israelense que o Brasil sempre condenou o Hamas e que, assim que os ataques de 7 de outubro de 2023, Lula fez questão de telefonar ao presidente de Israel para mostrar sua solidariedade com os mais de 1,2 mil mortos no país.
Usando dados palestinos, os informes da ONU apontam para quase 30 mil mortos em Gaza desde outubro e a destruição de toda uma região.
Em documentos internos, um ex-diretor da ONU chegou a acusar a cúpula da organização de estar sendo "covarde" ao não chamar Gaza de genocídio.
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