PF indicia Carla Zambelli e Delgatti por invasão ao site do CNJ
A Polícia Federal indiciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto pela invasão ao site do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
O que aconteceu
Zambelli e Degatti podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. O relatório final da PF afirma que documentos apreendidos com a deputada correspondem, integral ou parcialmente, aos arquivos inseridos pelo hacker no sistema do CNJ, o que para os investigadores comprova que ela participou do ataque.
A PF concluiu que o ataque foi planejado para colocar em dúvida a credibilidade do Poder Judiciário. Com o fim do inquérito, cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR) dizer se vê ou não elementos para oferecer denúncia.
As únicas mensagens encontradas entre Carla Zambelli e Walter Delgatti são sobre Moraes. A deputada enviou dois áudios pedindo o endereço do ministro. Ela alega que a mãe queria enviar uma carta ao magistrado.
Por meio de nota, a defesa de Zambelli negou ter contratado hacker. "Ela jamais fez qualquer tipo de pedido para que Walter Delgatti procedesse invasões a sistemas ou praticasse qualquer ilicitude. Aliás, a arbitrária interpretação deduzida pela autoridade policial asseverando que a deputada tenha recebido eventualmente documentos, não evidencia adesão ou qualquer tipo de colaboração, ainda mais que ficou demonstrado que não houve qualquer encaminhamento a terceiros", diz o texto.
A defesa de Walter Delgatti declarou que "não se surpreende com o indiciamento". "Desde sua prisão, Walter confessa sua participação na invasão da plataforma do CNJ. O indiciamento de Carla Zambelli confirma que Walter, a todo momento, colaborou com a Justiça, levando a PF até a mandante e financiadora dos atos perpetrados por ele", diz a nota.
Advogado diz que pretende "reiterar o requerimento que tem como objetivo a liberdade de Walter". Segundo texto assinado por Ariovaldo Moreira, não há "motivo para manutenção da custodia cautelar, uma vez encerrada a investigação".
Em depoimento à PF em novembro do ano passado, Zambelli já havia negado a suposta contratação do hacker. Ela reafirmou ter contratado Delgatti apenas para fazer um novo site para ela, no valor de R$ 3 mil. Outros R$ 10 mil teriam sido pagos ao hacker por Renan Goulart, então assessor da parlamentar, para suposta compra de garrafas de uísque.
Delgatti já havia assumido a autoria do falso mandado contra Moraes. O hacker afirmou que o falso documento serviu como prêmio de consolação para Zambelli. Segundo ele, a deputada havia lhe pedido que hackeasse as urnas eletrônicas e as contas do ministro. O hacker está preso desde quando foi alvo de uma operação da PF.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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