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Moro após Gleisi criticar Rosangela por troca de domicílio: 'Chora, PT'

O senador Sergio Moro (União-PR) e as deputadas federais Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Rosangela Moro (União-SP) - Pedro França/Agência Senado e Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados O senador Sergio Moro (União-PR) e as deputadas federais Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Rosangela Moro (União-SP) - Pedro França/Agência Senado e Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
O senador Sergio Moro (União-PR) e as deputadas federais Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Rosangela Moro (União-SP) Imagem: Pedro França/Agência Senado e Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

09/03/2024 23h02Atualizada em 12/03/2024 11h03

O senador Sergio Moro (União-PR) se manifestou com um "chora, PT" neste sábado (9) após a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), criticar a troca de domicílio eleitoral da deputada federal Rosangela Moro (União), eleita por São Paulo, para o Paraná.

O que aconteceu

Moro diz que PT tem "medo" da sua esposa, Rosangela. Na avaliação do senador, mesmo sem previsão de eleições no horizonte, tal ponderação é "digna de nota".

"Chora, PT", escreveu o senador, repetindo a esposa. Na sexta-feira (8), horas após a publicação da petista, Rosângela compartilhou uma matéria sobre a crítica e disparou: "Chora, Gleisi". A deputada também respondeu ao comentário de um internauta que afirmou nunca ter visto a petista nas ruas de Curitiba: "Pessoas de rabo preso não andam pelas ruas".

Na noite de ontem, o PT pediu o cancelamento do domicílio eleitoral da deputada federal. Na petição, o PT alega que o candidato, quando eleito, deve guardar fidelidade com o domicílio eleitoral pelo qual foi votado.

Gleisi não havia comentado a declaração de Moro até o momento de publicação desta reportagem.

Rosangela passa a ser uma alternativa concreta para concorrer à cadeira de Moro, caso ele seja cassado pela Justiça Eleitoral. Com a transferência do domicílio eleitoral feita pelo menos seis meses antes de eventual nova eleição, a deputada pode aproveitar o capital político do ex-juiz no Estado natal do casal, em caso de uma eleição suplementar para o Senado no Paraná.

Entre os cotados para concorrer à vaga que poderá ser aberta caso o ex-juiz seja cassado, estão Gleisi Hoffmann, o ex-senador Alvaro Dias (Podemos-PR) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).

Crítica de Gleisi

Gleisi disse que Rosangela e Sergio Moro provam "desprezo pela população paranaense" com a troca. Em postagem na manhã de sexta-feira (8), a petista acusou o casal de mudar os domicílios eleitorais para São Paulo "quando pensavam estar na crista da onda" e "achavam o Paraná pequeno demais para eles".

Petista também apontou desrespeito de Rosangela por ter sido eleita por São Paulo, com 217.170 votos, e mudar o domicílio para o Paraná. "Quando o plano de ser candidato a presidente deu com os burros n'água, o ex-juiz parcial teve de voltar correndo [para o Paraná]. Agora que vai ser cassado, por causa dos crimes eleitorais que cometeu, traz a mulher de novo, para ser candidata na vaga dele", escreveu a petista no X (antigo Twitter).

São moralistas sem moral! Colocam seus interesses pessoais e de poder acima do interesse público. Nossa gente merece respeito!
Gleisi Hoffmann, em publicação no X

Mudança de domicílio eleitoral

A deputada federal Rosangela Moro transferiu o título de eleitor de volta para o Paraná. Em menos de um mês, no dia 1º de abril, o TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) vai começar o julgamento que pode cassar o mandato do marido, o ex-juiz Sergio Moro no Senado.

O senador é alvo de duas ações que apontam abuso de poder econômico e caixa dois praticados na campanha de 2022. Elas foram apresentadas pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e pela Federação Brasil da Esperança, composta por PCdoB, PV e PT — sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesta sexta-feira (8), a empresária Roberta Moreira Luchsinger acionou a Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo contra Rosangela, por ter feito a mudança. Ela alega que a deputada praticou "infidelidade domiciliar" por abandonar "o eleitorado que a elegeu e, por conseguinte, renunciado tacitamente a seu mandato".

O requerimento pede a perda do mandato eletivo da parlamentar. Assinado pela advogada Maíra Recchia, o texto relembra que, antes de eleita por São Paulo, a deputada tinha o domicílio eleitoral no Paraná. Moro também tentou a transferência, mas a mudança foi indeferida pela Justiça Eleitoral, por ele não preencher os requisitos do vínculo eleitoral.

Em nota, a deputada federal afirmou que a "transferência do domicílio eleitoral é um direito de todo cidadão brasileiro". "A deputada federal Rosangela Moro (União-SP), apesar de ter efetivado a transferência do seu domicílio eleitoral para o Paraná, onde se encontra o seu marido e sua família, continuará a representar o Estado de São Paulo e sua população, mantendo, inclusive, seu escritório de representação aberto na capital paulista e a agenda nas demais cidades do Estado", informou.

(Com Estadão Conteúdo)


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