'Acompanhamento' de Moraes era lícito, diz defesa de Marcelo Câmara
O advogado Luiz Eduardo Kuntz, que faz parte da defesa do coronel da reserva Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), disse que acontecia de forma lícita o que chama de acompanhamento do ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Kuntz foi entrevistado no UOL News da manhã de hoje (14).
Segundo investigação da Polícia Federal, Câmara seria o "responsável por um núcleo de inteligência não oficial do presidente da República, atuando na coleta de informações sensíveis e estratégicas para a tomada de decisão de Jair Bolsonaro".
Ele [Câmara] sabe que existia o acompanhamento (...). Ele sabe o que acontecia no Palácio. Sabe como era feita a agenda de diversas pessoas e tem um resposta muito particular pra esse período e pra essa autoridade [Moraes].
Ele vai chancelar uma atividade legal, lícita, harmoniosa, de um período muito maior que a investigação tenta retratar pra atrelar à questão do possível golpe. Luiz Eduardo Kuntz, advogado de Marcelo Câmara
Kuntz afirmou que há uma narrativa criada em torno caso e criticou o uso do termo monitoramento.
Monitoramento é uma palavra um tanto quanto tendenciosa, pejorativa até. Saber uma agenda, aliás [Câmara] era ligado ao ex-presidente da República, que certamente tinha uma agenda, encontrava-se com diversas pessoas. Saber onde as pessoas estão, promover esses encontros, não me parece nada de ilegal isso, Não é um monitoramento, isso é uma organização de agenda. (...) É uma narrativa tendenciosa, e indevida.Trazer isso como sendo uma coisa ilícita e paralela é gravíssimo e precisa ser esclarecido. Não dá para manter uma pessoa presa sem ter oportunidade de esclarecer. Luiz Eduardo Kuntz, advogado de Marcelo Câmara
Também advogado do ex-assessor de Bolsonaro Tércio Arnaud, Kuntz afirmou que seus clientes sofrem um processo "muito mais político do que jurídico".
Em 22 de fevereiro, a PF dispensou o depoimento de Câmara —a justificativa é que ele não estava acompanhado de seu advogado. Kuntz apontou a necessidade de Câmara ser ouvido, "para deixar bem claro que ele colabora com as investigações'.
Kuntz: Se for o caso, faremos acareação com Cid
O ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid confirmou à PF o monitoramento de Moraes, segundo o jornal O Globo. Kuntz aponta que não descarta fazer uma acareação entre Cid e Câmara.
Gostaria de deixar bem claro que a defesa tem interesse em não só ler o quanto tá escrito no na futura delação quanto as gravações que foram obtidas para colheita disso. E, se for o caso, de fazer uma acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid com o coronel Câmara, assim o faremos Luiz Eduardo Kuntz, advogado de Marcelo Câmara
Ex-assessor de Bolsonaro vai reforçar versão de ex-presidente à PF, diz defesa
Kuntz disse que Câmara dirá à PF que ele não participou de reunião nenhuma sobre o dia 8/1.
Ele, em momento algum, participou de qualquer tipo de reunião ou preparação para esse infeliz dia 8. O que ele vai dizer é que, dentro do que ele viveu, ele até desconhecia a realização desse ato. A linha dele não é de A ou B, é a da verdade
Deixando claro que, dada a participação dele limitada a patente que ele tinha e o cargo que exercia, faz com que ele não tenha o conhecimento completo
Investigação parece forçar vínculo de Bolsonaro ao 8/1, afirma advogado
O advogado também critica as investigações e diz que parece que estão tentando forçar um vínculo de Bolsonaro com os atos golpistas.
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Quero receberA questão não é perseguição política, é um efeito colateral do objetivo que a investigação tem. Mais do que buscar prejudicá-los, a intenção vem sendo investigar coisas graves, mas, infelizmente, não tem como dissociar que estamos vivendo mais um processo político do que jurídico.
Me parece que o [objetivo] seja atingir a inelegibilidade de Bolsonaro. Me parece que seja forçar uma vinculação dele com o 8/1.
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