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Barroso dá 10 dias para governo de SP se manifestar sobre câmeras corporais

Defensoria pediu para STF reconsiderar decisão após operação da PM paulista deixar 45 mortos na Baixada Santista Imagem: Rovena Rosa - 28.abr.2022/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

15/03/2024 08h49

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, deu 10 dias para o governo de São Paulo se manifestar sobre uma ação que pede que câmeras corporais sejam obrigatórias para policiais do estado durante operações.

O que aconteceu

Despacho acontece após Defensoria Pública de São Paulo pedir para o ministro reconsiderar decisão diante da operação da PM-SP na Baixada Santista. A Operação Verão, lançada pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em dezembro de 2023, já deixa 45 mortos — a ação policial mais letal desde o massacre do Carandiru.

A Defensoria pede à Corte para suspender uma liminar do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) que desobriga o uso de câmeras corporais. Barroso havia rejeitado a ação no final do ano passado, argumentando que o STF só poderia intervir antes de uma decisão final da Justiça comum em situações excepcionais.

Os defensores dizem que, desde então, novos fatos tornaram a ação ainda mais urgente. Eles citam as acusações de graves violações dos direitos humanos durante a Operação Verão, como buscas e apreensões sem mandado judicial. "Permanece um cenário de falta de transparência e acesso à informação a respeito dos parâmetros e finalidades da operação", escreveram.

Barroso recebeu Tarcísio na presidência do STF, em Brasília, na última quarta-feira (13).

Operação Verão gera denúncia na ONU

Operação era para reforçar o policiamento de 16 municípios do litoral paulista durante a alta temporada, mas já soma 45 mortes. Um levantamento da Ouvidoria da Polícia indica que ao menos 27 eram negras.

A ação é a mais letal das forças de segurança desde o massacre do Carandiru. Segundo as denúncias encaminhadas ao Ministério Público, foram registrados casos de tortura, assassinatos e mudanças em cenas de crime.

O governador de São Paulo foi denunciado no Conselho de Direitos Humanos da ONU pela violação de direitos básicos e a alta letalidade policial. A denúncia foi realizada pela Conectas Direitos Humanos e a Comissão Arns. As instituições brasileiras também cobram o uso das câmeras corporais pelos policiais, além da investigação e punição dos responsáveis por abusos durante as operações.

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