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'Lado mais fraco', 'caiu no próprio buraco': veja reações à prisão de Cid

O tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

22/03/2024 15h15Atualizada em 22/03/2024 17h06

Diversos políticos já se manifestaram sobre a prisão de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), nesta sexta-feira (22). Ele voltou à prisão após a revelação de áudios em que Cid faz acusações contra a PF (Polícia Federal) e o ministro Alexandre de Moraes.

O que aconteceu

O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) escreveu no X que "quando se fala nos mais altos poderes da República, a corda arrebenta para o lado mais fraco".

Já o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) disse que Cid "caiu no próprio buraco". "Diferente do áudio, na PF ele confirmou o teor da delação premiada, disse que não houve coação. Sem anistia para Cid, seu capitão e todos os outros golpistas".

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) defendeu a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as apurações da PF e STF. "Um grupo de senadores vai propor uma CPI para investigar as acusações de crimes nas apurações do STF, a cargo da PF. O relato do ex-ajudante de ordem do governo anterior é muito grave e parece ser mais crível ainda devido a espontaneidade e por ele ter gravado o áudio enquanto estava solto".

Lindbergh Farias, deputado federal pelo PT-RJ, disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro será o próximo a ser preso. "Grande dia", comemorou.

O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) criticou o ministro Alexandre de Moraes. "A lei é ele. Não gostou das verdades que foram expostas a público e mandou prendê-lo de novo".

Já o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) questionou se "a prisão do Cid não seria uma confirmação da veracidade do conteúdo do áudio dele".

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) escreveu no X que "a cada dia que passa, fica mais evidente que a tentativa de golpe do dia 08 de janeiro não foi um mero acaso".

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, disse que "a hora do mito [Bolsonaro] também vai chegar, falta pouco".

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) escreveu no X que os bolsonaristas "apostam na confusão, no caos, na desinformação". "Mas terão todos que responder pelos atos ilícitos que cometeram. O que não faltam são provas e testemunhos de seus crimes".

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que Mauro Cid "tentou fazer jogo duplo". "mas só esqueceu que teve celulares, computadores e documentos apreendidos com as provas dos crimes que ele e seu chefe cometeram".

Prisão

Moraes determinou a prisão de Cid por obstrução de Justiça. A decisão aconteceu após oitiva que foi presidida pelo desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

Apesar da ordem de prisão, ainda não há uma decisão de Moraes sobre a validade do acordo de colaboração premiada de Mauro Cid. Os áudios de Cid provocaram estremecimento na relação com os investigadores, pela condição de colaborador que ele ostentava.

Segundo o colunista Aguirre Talento, há uma avaliação de que as informações apresentadas por Cid em seus depoimentos já foram corroboradas por outras provas independentes. Por isso, o seu acordo não seria indispensável para as investigações.

Os áudios mostram uma conversa entre o tenente-coronel e um amigo. O militar afirma que a PF "não quer saber a verdade" e sugeriu que foi coagido.

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