Conteúdo publicado há 1 mês
OpiniãoPolítica

Bergamo: STF pensa que se deve evitar prender Bolsonaro antes de sentença

A maior parte dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) avalia que um eventual pedido de prisão de Jair Bolsonaro só deve ser feito quando houver uma sentença definida, afirmou a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo no UOL News desta quarta (27).

Os advogados têm a informação, parecida com a que temos, de que não há disposição no STF para levar Bolsonaro à prisão antes do trânsito em julgado do processo a que ele responde. Esse é o espírito lá dentro.

Não descarto a possibilidade de Alexandre de Moraes determinar a prisão dele hoje. É uma decisão individual do ministro e só ele sabe o que fará. No Supremo, a maioria dos magistrados acha que uma prisão antes da sentença deve ser evitada a qualquer custo, a não ser que ele faça coisas muito bárbaras para obstruir a investigação ou demonstre que estava tentando fugir do Brasil.

Precisa ver o que Moraes acha disso. Logo mais saberemos se ele acha que essas respostas serão suficientes ou se ele tomará alguma medida adicional além de recolher o passaporte, como o uso de tornozeleira ou outras medidas cautelares para que Bolsonaro fique ao alcance da lei. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo

Bergamo revelou qual será a estratégia da defesa para justificar a ida de Bolsonaro à embaixada de Hungria. A colunista contou que os advogados não explicarão por que o ex-presidente dormiu duas noites lá. Ela estranhou o que chamou de "festa do pijama", sendo que Bolsonaro mora perto dali.

Por parte dos advogados, não há essa preocupação de uma prisão iminente. Mas isso não é verdade em relação a outros aliados.

Os advogados não tinham a menor noção de que Bolsonaro havia ido à embaixada da Hungria. Portanto, não foi uma orientação da defesa. Se houve algum tipo de palpite para que ele fosse até lá, isso não partiu dos advogados, mas sim de outras pessoas do entorno do ex-presidente.

Há, por parte de aliados, o temor de que Bolsonaro seja preso a qualquer momento. Essa lógica de que ele tenha ido lá pedir asilo e proteção e ficado dois dias para não ser preso existe na cabeça de muitas pessoas, mas não na da defesa. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo

O que aconteceu

Termina hoje o prazo de 48 horas dado por Alexandre de Moraes para Jair Bolsonaro se explicar sobre a permanência dele na embaixada da Hungria por dois dias. A defesa do ex-presidente manterá a tese de que ele foi até lá para fazer contatos e não tinha razões para suspeitar de uma prisão.

Continua após a publicidade

Tales: Bolsonaro tinha motivos para temer prisão; defesa não para em pé

Ao ficar dois dias na embaixada da Hungria, Jair Bolsonaro tinha razões de sobra para ter medo de ir para a cadeia, o que faz o argumento da defesa do ex-presidente perder sustentação, disse o colunista Tales Faria.

O entorno do Bolsonaro, na época, via no mínimo duas razões para Bolsonaro ser preso. Uma era a retenção do passaporte. Outra coisa que assustava era o Carnaval, já que a mídia estaria ocupada falando das festas e haveria menos espaço e uma reação popular menor a uma prisão dele. Bolsonaro é paranoico e medroso. Essa versão dos advogados dele não para em pé. Para quem o conhece, ele tinha motivos de sobra para temer a prisão. Bolsonaro é assim e a defesa segue esse passo: nega o óbvio o tempo inteiro. Tales Faria, colunista do UOL

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Continua após a publicidade

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

Só para assinantes