Bolsonaro pediu liberação de passaporte para visitar Netanyahu em Israel
A defesa de Jair Bolsonaro (PL) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, a liberação do passaporte do ex-presidente para uma viagem a Israel em maio.
O que aconteceu
Os advogados pediram a Moraes a devolução, "ainda que temporária", do passaporte de Bolsonaro. O pedido foi feito na última segunda-feira (25), antes de a ida do ex-presidente à Embaixada da Hungria ser revelada. Ontem, a defesa respondeu a perguntas do ministro do STF sobre o ocorrido.
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Bolsonaro quer a liberação do passaporte para visitar Israel. Junto com a petição ao STF, a defesa anexou um convite do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, para que o ex-presidente e a família visitem o país entre os dias 12 e 18 de maio.
O passaporte de Bolsonaro está retido por ordem de Moraes desde o dia 8 de fevereiro. A defesa pediu ao STF a revogação dessa medida, mas o recurso ainda não foi julgado. Segundo os advogados, a liberação para a viagem a Israel "não acarreta qualquer risco ao processo" contra o ex-presidente.
O governo israelense confirma o convite a Bolsonaro. Em nota, a embaixada israelense afirma que Netanyahu chamou o ex-presidente brasileiro devido à "forte amizade" entre os dois "e o apoio sem reservas expresso por Bolsonaro ao direito de Israel de se defender contra o terrorismo brutal do Hamas desde as atrocidades do dia 7 de outubro".
Políticos aliados a Bolsonaro já visitaram Israel. Em março, Netanyahu recebeu os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que criticaram as declarações de Lula de que Israel está cometendo um genocídio na Faixa de Gaza.
Defesa negou intenção de fuga por estadia em embaixada
Os advogados negam que Bolsonaro tenha buscado fugir ou pedir asilo ao pernoitar na Embaixada da Hungria. Moraes pediu explicações à defesa após o jornal The New York Times revelar que o ex-presidente passou duas noites na embaixada húngara dias após ser alvo da operação da PF.
Segundo a defesa de Bolsonaro, é "ilógico" sugerir que ele buscava refúgio na embaixada. De acordo com os advogados, o fato de Moraes ter optado por reter o passaporte do ex-presidente, e não prendê-lo, indicava que o ministro do STF não tomaria essa medida poucos dias mais tarde.
Moraes pediu um parecer da PGR (Procuradoria-geral da República) sobre a estadia de Bolsonaro na embaixada. A PF também investiga o incidente.