PV quer expulsar deputados que votaram contra prisão de Brazão
Do UOL, em São Paulo
11/04/2024 17h53Atualizada em 11/04/2024 18h00
O PV (Partido Verde) divulgou uma nota nesta quinta-feira (11) em que cobra a desfiliação dos deputados federais Jadyel Alencar (PI) e Luciano Amaral (AL). Os dois votaram contra a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão, apontado como um dos mandantes da morte de Marielle Franco.
O que aconteceu
O comunicado diz que, caso os dois não saiam imediatamente, serão expulsos do partido. Segundo a nota, a sigla já tem 30 assinaturas a favor da expulsão.
A sigla afirma que liberou a saída dos dois em fevereiro e março deste ano. "A legenda, por meio dos presidentes estaduais, exige a efetivação da desfiliação de ambos os parlamentares".
Nos documentos compartilhados pelo PV, assinados em fevereiro e março, a sigla deixa claro que os deputados poderiam se desfiliar sem punição. "Ambos os deputados têm anuência para saírem do partido. Então que saiam. Não temos compromisso com aqueles que não tem compromisso com o estatuto do Partido Verde e nem com as nossas bandeiras".
Luciano e Jadyel fazem parte do grupo de 129 deputados federais que votaram contra a manutenção da prisão. Foram 277 votos favoráveis.
O UOL tenta contato com os deputados sobre a cobrança do PV. Caso haja resposta, o texto será atualizado.
Votação
O plenário da Câmara decidiu na quarta-feira (10) manter a prisão de Chiquinho, suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Parlamentares referendam decisão de Moraes. A Câmara é que decide pela manutenção ou não da prisão de um deputado federal. Chiquinho foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no final de março, com base em investigação da Polícia Federal. Eram necessários 257 votos favoráveis, maioria absoluta da Casa. Houve ainda 28 abstenções, de um total de 434 votantes.
Lira acelerou votação. O presidente de Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reuniu os líderes para pedir celeridade na votação. Após a leitura do parecer do relator, o advogado de defesa se manifestou, antes de cada deputado registrar seu voto. A pedido do PSOL, haverá orientação das lideranças, mas o tempo de fala foi suprimido.
Conselho de Ética abriu o processo de cassação. A ação foi solicitada pelo PSOL e pode levar pelo menos três meses para conclusão. Os deputados que defenderam rejeitar a prisão de Brazão disseram que ele não seria poupado no processo de cassação.