Maierovitch: Gonet não quer deixar porta aberta para defesa de Bolsonaro
Colaboração para o UOL, em São Paulo
23/04/2024 13h27
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, quer provas mais robustas da investigação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para não deixar "nenhuma porta aberta" para a defesa dele, afirmou o colunista Wálter Maierovitch no UOL News da manhã desta terça-feira (23).
Gonet solicitou o aprofundamento da investigação da PF sobre o esquema de fraudes em cartões de vacina envolvendo Bolsonaro antes de apresentar denúncia contra os alvos indiciados pela PF.
Quem tem a opinião sobre a denúncia de um início de uma ação penal é, neste caso, o procurador-geral da República. Pelos bastidores, o que se sabe, é que, na realidade, ele está buscando elementos para melhor caracterização de circunstâncias agravantes da pena ou causas de aumento da pena da sanção. Ele precisa ainda de alguns indicativos com mais força. Pelo que se diz e todo mundo sabe, ele está com opinião, sim, de que esses crimes graves aconteceram.
Gonet tem a cautela de trazer todos os elementos. Ou seja, não deixar nenhuma porta aberta para a defesa técnica do Bolsonaro. Com um procurador que tem esse tipo de zelo e esse tipo de cuidado, a defesa já deve estar de cabelo em pé.
O que aconteceu
A PF apresentou no mês passado o relatório final do caso das vacinas. Bolsonaro e outros 16 investigados foram indiciados por crimes como inserção de dados falsos em sistemas de informação, falsidade ideológica e associação criminosa.
O material, então, foi enviado à PGR. A procuradoria é o órgão responsável por apresentar denúncia ou solicitar arquivamento. Quando a PGR considera que as provas ainda são insuficientes para apresentação de denúncia, o órgão costuma solicitar novas diligências à Polícia Federal para suprir lacunas na apuração, como fez Gonet.
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