Ato de Bolsonaro em Copacabana vira vitrine para pré-candidatos de 2024

O ato com Jair Bolsonaro (PL) na praia de Copacabana, no Rio, neste domingo (21), serviu de vitrine para que ao menos sete pré-candidatos bolsonaristas de diferentes partes do país tivessem um momento de exposição com o ex-presidente, antes do início oficial da corrida eleitoral.

O que aconteceu

Ramagem, que é pré-candidato no Rio, recebeu apoio. O deputado federal Alexandre Ramagem (PL) foi saudado, ao ser citado por Valdemar da Costa Neto. Ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência, ele conta com o apoio de Bolsonaro no Rio —embora seja alvo de uma investigação por espionagem de autoridades que pode torná-lo inelegível.

A expectativa é que a disputa pela Prefeitura do Rio fique entre Ramagem e o atual prefeito, Eduardo Paes (PSD). Paes se tornou aliado de Lula (PT) ao longo de seus primeiros mandatos, entre 2009 e 2016. Caso Ramagem não saia, Eduardo Pazuello (PL) e Carlos Bolsonaro (PL) são alguns do que podem substituí-lo.

Ex-presidente apresentou Bruno Engler (PL), de Belo Horizonte, à plateia no fim do ato. Engler é apontado como pré-candidato de Bolsonaro à Prefeitura de BH, hoje comandada por Fuad Noman (PSD). A cidade é estratégica para o bolsonarismo e rendeu um recordista de votos em 2022: Nikolas Ferreira (PL), deputado federal.

Aposta para tirar a esquerda da prefeitura no Recife, ex-ministro marcou presença. Gilson Machado (PL) comandou a pasta do Turismo no último governo e deve ser o nome de Bolsonaro para a prefeitura da capital pernambucana. A cidade não tem prefeitos de direita desde Roberto Magalhães, do extinto PFL, que saiu em 2000.

Pré-candidato em Goiânia, Gustavo Gayer (PL) discursou no ato. O nome do hoje deputado federal recebeu, neste mês, o OK de Bolsonaro para concorrer ao comando da capital goiana. Hoje a cidade é governada por Rogério Cruz (Republicanos). No segundo turno de 2022, o ex-presidente teve 64% dos votos por lá.

Deputado que atacou Marielle Franco foi anunciado por Bolsonaro no trio. Éder Mauro (PL) desmereceu a memória da vereadora carioca morta a tiros, no dia em que o assassinato dela completou seis anos. Ele lidera as pesquisas de intenção de voto na capital paraense, hoje governada por Edmilson Rodrigues (PSOL).

Cabo Gilberto (PL) também foi apresentado por Bolsonaro no trio. Ele é investigado por suposto apoio aos atos de 8 de janeiro e disputa com Wallber Virgolino (PL) a vaga de pré-candidato do partido em João Pessoa (PB), hoje comandada por Cícero Lucena (PP). No segundo turno das eleições de 2022, Lula (PT) venceu Bolsonaro na cidade por menos de mil votos de diferença.

Pré-candidata à Câmara de São Paulo foi uma das oradoras do ato. Ex-comentarista da Jovem Pan, Zoe Martínez (PL) é cubana, foi a terceira a falar e é vista como possível puxadora de votos do partido em outubro. "A política é uma TV com controle remoto. Se você não mudar, vai assistir ao que não quer", disse ela.

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Ato no Rio durou quase 3 horas

Bolsonaro pediu uma salva de palmas para Elon Musk. Ele definiu o empresário como "um homem que teve a coragem de mostrar para onde a nossa democracia estava indo". A fala é uma menção ao Twitter Files, uma troca de emails com veracidade não-confirmada na qual funcionários da plataforma relatam sofrer pressão de autoridades brasileiras para acessar dados sigilosos.

"Alexandre de Moraes é uma ameaça à democracia", afirmou Silas Malafaia. Organizador do ato, o pastor da Assembleia de Deus classificou como arbitrárias várias decisões recentes do ministro do Supremo Tribunal Federal. Ele chamou o inquérito das fake news, tocado por Moraes, como "aberração jurídica".

Malafaia também fez críticas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e a comandantes militares. Pacheco foi chamado de "frouxo, covarde, omisso" por não abrir um processo de impeachment contra Moraes. Segundo o pastor, os chefes de Exército, Marinha e Aeronáutica deveriam renunciar a seus cargos e mantê-los vagos até que o Senado fizesse "uma investigação profunda" sobre o caso da suposta tentativa de golpe de Estado.

Michelle voltou a defender mulher ajudando marido na política. Em mais de um momento, ela destacou a importância de 2024 como um ano decisivo por conta das eleições e o papel do Rio no jogo eleitoral. Michelle também criticou feministas e afirmou que a busca é por um país menos desigual, mas sem explicar como isso aconteceria.

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Grupo da USP estimou 33 mil presentes na manifestação. A Secretaria de Segurança Pública do Rio não fez estimativa de público presente no ato.

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