Marcha para Jesus em SP tem discurso religioso de Tarcísio e oração a Nunes
Milhares de fiéis da Marcha para Jesus lotam o Campo de Marte, em São Paulo, hoje, com faixas religiosas e bandeiras de Israel. O ato atraiu diversos políticos. como o prefeito Ricardo Nunes e o governador Tarcísio de Freitas , além de um ministro de Lula (PT).
O que aconteceu
Discursaram o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), em pré-campanha à reeleição. O presidente Lula (PT) não foi ao evento. Neste ano, enviou uma carta e foi representado pelo ministro Jorge Messias, da AGU (Advocacia-Geral da União). Também participaram diversos deputados, vereadores e prefeitos de diferentes estados, de partidos conservadores.
Esta é a 32ª edição da marcha, um dos maiores eventos cristãos do país. Prevista para começar às 10h, a caminhada começou por volta das 10h15 da Estação da Luz. Dois trios elétricos principais, equipados com caixas de som, telões e cartazes nas laterais e bexigas nas cores da bandeira brasileira, lideram a passeata.
2 milhões de pessoas eram esperadas pela organização. Ao todo, eram aguardadas 15 mil caravanas do país todo e oito trios elétricos. Os fiéis seguiram do Centro até o Campo de Marte, na zona norte, em um trajeto de cerca de 4 km.
Palanque político
Tarcisio fez um discurso religioso. O governador chegou no meio da tarde e declamou diversos versículos citando personagens bíblicos em sua fala. "Quem são vocês, quem somos nós? Somos os escolhidos", disse. "Ele já está pregando melhor que muito pastor", brincou o pastor Estevam Hernandes, organizador do evento.
O prefeito de São Paulo subiu no trio elétrico no começo e depois voltou ao palco, com Tarcísio. Nunes foi acompanhado da mulher dele, Regina, e ganhou um pedido de oração de Hernandes. Os deputados Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP), também pré-candidatos à prefeitura, não deverão comparecer.
Nunes discursou brevemente e puxou uma oração. "Eu amo Jesus Cristo", disse, após ser chamado ao microfone por Hernandes. Católico, o prefeito compunha a chamada Bancada de Cristo na Câmara Municipal de São Paulo quando vereador. "Melhor prefeito do Brasil", chegou a dizer o pastor.
Presença institucional e corrida eleitoral. O prefeito está em um momento estratégico às vésperas da campanha oficial, aparecendo bem nas pesquisas eleitorais divulgadas nesta semana: empate técnico com Boulos, segundo o instituto Datafolha e a Paraná Pesquisas.
O nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi lembrado diversas vezes, em tom elogioso. Antes de apresentar a chegada de Tarcísio ao placo, o pastor Hernandes lembrou que Bolsonaro havia pedido apoio ao governador de São Paulo. A pastora Sônia Hernandes chegou a pedir bênçãos aos políticos presentes no palco. Estavam Tarcísio e Nunes naquele momento.
Ministro de Lula. O ministro da AGU, Jorge Messias, representando Lula, ficou pouco no palco, mas foi chamado de "servo de Deus" e "nosso ministro" pelo pastor Hernandes. Ele orou com as mãos erguidas ao lado do pastor.
O governador goiano Ronaldo Caiado (União) também subiu ao palco. "Nós queremos preservar a família em nosso país, e a maneira de se preservar é exatamente fazendo com que tenhamos a condição de implantar a segurança pública cada vez maior, para não deixar com que a droga avance", afirmou o governador, que sugeriu levar o evento para Goiás.
Cantos religiosos, famílias unidas e bandeiras de Israel
Houve diversos shows gospels, além da pregação. Os caminhões tocavam canções evangélicas e interrompiam a caminhada em alguns momentos para louvores. Atrações musicais e pastores se revezam no palco.
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Quero receberO clima é amigável e mantém o teor religioso. Apesar da presença do prefeito e de outras personalidades políticas, o clima do encontro é de celebração religiosa, com gestos solidários entre os presentes. As pessoas que sobem em muretas para filmagens e fotos recebem apoio para que elas não caiam.
Grupos de fiéis foram com a família inteira. A manifestação tem participantes que trouxeram crianças em carrinhos de bebês e veículos infantis, alguns jogavam vôlei no gramado da Praça Heróis da FEB. Nos banheiros químicos, filas sem empurra-empurra.
Grupo de amigas foi do ABC Paulista para a marcha. A auxiliar Eliene Oliveira Santos, 52, participa do evento desde 2002. Desta vez, levou as duas filhas e a amiga Marineide Maria Ferreira, 54, e a neta. "Só faltei uma vez quando estava grávida", disse Eliene.
Os fiéis também levaram uma bandeira gigante de Israel. Exemplares menores eram vendidos por ambulantes junto a faixas como o nome "Jesus" e bandeiras do Brasil. Os símbolos do Estado judeu têm sido frequentemente usados por igrejas evangélicas no Brasil.
Não há participantes com camisas da CBF. A maioria dos produtos vendidos são temáticos do evento, como camisetas e as faixas pra colocar na testa.
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