PSOL pede cassação de deputada do PL por fala sobre morte do irmão de Sâmia

O PSOL pediu a cassação da deputada Coronel Fernanda (PL-MT) em razão do comentário que ela fez sobre a morte do irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

O que aconteceu

Para o PSOL, a menção da parlamentar do PL foi insensível e ofensiva. A Coronel Fernanda se referiu ao assassinato do médico Diego Ralf Bomfim ao críticar Sâmia durante um debate sobre a PEC que criminaliza o porte de drogas, na terça-feira (4). "Se está tratando de traficante, ela [Sâmia] tem que conversar com o pessoal lá do morro, no Rio de Janeiro, que cometeu um crime gravíssimo. E ela sabe do que eu estou falando", disse.

O partido apresentou o pedido nesta quinta-feira (6) à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, responsável por encaminhá-lo ao Conselho de Ética. O argumento do PSOL é que a fala da Coronel Fernanda viola o Código de Ética e Decoro Parlamentar. O UOL procurou as deputadas, mas não obteve resposta.

Ouvida pelo UOL, a deputada Sâmia Bomfim afirmou que sua indignação se deve ao fato de Coronel Fernanda ter usado o assassinato de seu irmão para fazer uma provocação.

Eu e minha família ainda estamos enlutados, foi um crime muito bárbaro e traumático, que não pode ser usado como arma política em nenhum contexto. Meus pais ficaram arrasados. Não podemos naturalizar isso. Ainda estamos estudando também medidas jurídicas.
Sâmia Bomfim, deputada federal (PSOL-SP)

O UOL também procurou a deputada Coronel Fernanda, mas não houve resposta.

Diego Bomfim, 35, foi morto a tiros em um quiosque no Rio, em outubro de 2023. Além dele, foram assassinados os também médicos Marcos de Andrade Corsato, 62, e Perseu Ribeiro Almeida, 33. Daniel Sonnewend Proença, 33, foi ferido, mas sobreviveu. Após o crime, Sâmia ficou afastada das atividades parlamentares.

A Coronel Fernanda já havia sido criticada anteriormente por declarações transfóbicas. Em agosto de 2023, durante uma reunião da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, ela afirmou que mulheres biológicas não deveriam dividir espaço com mulheres trans. A declaração foi citada pelo PSOL na representação atual contra a congressista.

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