Lula diz esperar que 'arrumem alguém mais jovem', mas não nega reeleição

O presidente Lula (PT) não descartou hoje (27) a possibilidade de concorrer à reeleição, mas disse que, até 2026, espera encontrar alguém "mais jovem, com mais disposição".

O que aconteceu

Lula tem admitido que pode tentar a reeleição em 2026. Como justificativa para quebrar um compromisso de campanha, diz que ficaria para evitar "a volta do negacionismo".

O presidente seguiu o mesmo tom em entrevista à rádio Itatiaia hoje, mas com uma ponderação. "A única hipótese que possa ser candidato é se todos os indicadores mostrarem que eu sou a única pessoa para derrotar o fascismo, a extrema-direita", afirmou.

Eu não terei problema de ser candidato. Mas espero que ate lá [2026], a gente arrume uma pessoa mais competente, mais jovem, com mais disposição.
Presidente Lula, sobre a eleição de 2026

Sutilmente, o presidente admite que falta um sucessor para representar seu legado. Com um governo que ainda oscila na popularidade, o presidente tem enfrentado o mesmo problema de seu segundo mandato, quando indicou como substituta Dilma Rousseff (PT): a busca por um nome popular e natural.

Lula disse que "é cedo" para decidir e que se considera "em pleno estado de saúde". "Mas eu não vou levar o povo brasileiro a cometer um erro. Temos muita gente para ser candidato, não precisa ser eu", completou.

Ainda assim, na contramão, ele não deixou de provocar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Eu vou mostrar para ele [Bolsonaro] que quem está na Presidência só perde uma eleição se for incompetente", declarou. O ex-presidente está inelegível para 2026.

Idade e dúvida sobre sucessor para 2026

Lula terá 81 anos nas eleições de 2026. De um lado, ele diz se considerar "jovem aos 78 anos de idade"; do outro, tenta mostrar cautela para não queimar largada. "Não posso discutir minha candidatura agora. Já fui abençoado a ter três mandatos", disse.

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A falta de consenso sobre o sucessor preocupa o PT. O partido avalia que, mesmo que a economia siga engrenando, nomes como os dos ministros Fernando Hadddad (Fazenda) ou Rui Costa (Casa Civil) não têm, ainda, força política para ganhar uma eleição nacional.

A direita e o bolsonarismo ainda não decidiram seu candidato, mas há nomes. Com o ex-presidente inelegível, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) torna-se um dos nomes mais fortes a captar seu capital político. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e os governadores Ronaldo Caiado (União-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) também são especulados. Ontem, em entrevista ao UOL, Lula também citou como possível rival o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD).

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