Indiciamento de Bolsonaro pelas joias mostra autonomia da PF, diz Padilha

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito das joias mostra que o governo Lula dá autonomia à Polícia Federal.

O que aconteceu

Padilha sugeriu que Bolsonaro interferia na PF, ao contrário de Lula. "O presidente Lula dá autonomia à Polícia Federal. O presidente Lula não mudou delegado e nem nomeou delegado por cada um dos casos que acontece, diferente do ex-presidente, que disse que ia mudar delegado se tivesse risco de prender ou indiciar algum dos seus filhos ou seus conhecidos", afirmou o ministro a jornalistas nesta tarde, após agenda de Lula em Diadema, região metropolitana de São Paulo.

Padilha defendeu que Bolsonaro responda por crimes cometidos e lembrou do inquérito que apura a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. "O ex-presidente tem que responder pelos crimes cometidos, vários deles com verdadeira autoconfissão desses crimes", declarou. Investigações da Polícia Federal apontam que o ex-presidente reuniu ministros em 5 de julho de 2022 e defendeu que era necessário agir antes das eleições para evitar que o Brasil virasse uma "grande guerrilha". A PF avalia que o encontro seria um ato preparatório para a tentativa de golpe que culminou nos ataques de janeiro do ano passado. Para Padilha, a reunião foi um "BBB do golpe".

Bolsonaro e mais 11 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal nesta quinta (5). Ele pode responder pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato no caso das joias recebidas da Arábia Saudita.

Aliados do ex-presidente apontam perseguição. Bolsonaro já foi indiciado no âmbito do inquérito sobre fraudes em cartões de vacinas e aguarda agora a decisão sobre a investigação que apura a participação dele na tentativa de golpe de Estado.

Lula na Bolívia

Padilha disse que Lula visitará a Bolívia na próxima semana para reforçar a defesa da democracia do país. A nação vizinha sofreu uma tentativa de golpe militar frustrada no fim de junho. O ministro relacionou a intentona ao 8 de janeiro no Brasil. "Vocês viram que a Bolívia recentemente passou por um risco seríssimo em relação à sua democracia e o presidente Lula é de um país que liderou uma frente que salvou a democracia no Brasil impedindo um golpe que foi tentado pela organização criminosa que tinha no governo anterior, que atentou contra a democracia", afirmou.

Padilha disse que o futuro da América Latina passa pela democracia. "Ele (Lula) tem muita vontade de ir lá na Bolívia reforçar esses laços com nossos irmãos da América Latina que enfrentaram uma tentativa de golpe. É importante para a gente dizer claramente que o futuro econômico e social da América Latina passa pela defesa da democracia."

Na segunda-feira (8), o presidente brasileiro também participará da cúpula do Mercosul, no Paraguai. E Lula irá para a Bolívia na terça-feira (9).

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