Ex-candidata a vereadora pelo PT está entre presos em ação na cracolândia

Uma das cinco pessoas presas preventivamente nesta terça-feira (6) em uma operação na "cracolândia", no centro de São Paulo, é Janaina da Conceição Cerqueira Xavier, líder comunitária e ex-candidata a vereadora pelo PT.

O que aconteceu

Investigação aponta Janaina como "líder importante para o funcionamento do tráfico na região". Segundo os investigadores, ela é parceira de Léo do Moinho, tido como integrante do PCC e condenado por homicídio e tráfico de drogas — ele estava em liberdade e também foi preso nesta terça. O UOL não conseguiu identificar os advogados de defesa de ambos.

Janaina se candidatou à Câmara Municipal paulistana em 2020 pelo PT, mas não se elegeu. À época, ela recebeu 238 votos. Por meio de nota, o partido disse "defender as investigações e que os culpados sejam punidos conforme a lei". Também afirmou que, à época da filiação de Janaína, não havia qualquer processo contra ela.

Relatório da investigação afirma que Janaina também faz parte do PCC. Em conversas obtidas pela investigação, ela faria referência aos demais integrantes da facção como "irmãos". O UOL apurou que ela é uma liderança comunitária da região e faz parte de uma ocupação nos Campos Elíseos, bairro da "cracolândia".

O diretório do PT em São Paulo diz que Janaína nunca militou pelo partido. "Ela se filiou em 25 de abril de 2019 para concorrer no ano seguinte a vereadora como representante da população em situação de rua, recebeu 238 votos e nunca mais participou de atividades partidárias", diz a nota do PT, partido de Marta Suplicy, vice na chapa do candidato a prefeito Guilherme Boulos (PSOL).

A operação Salus et Dignitas (saúde e dignidade, em latim) foi deflagrada para combater a atuação de uma milícia no centro. A Justiça mandou prender preventivamente sete pessoas — entre elas quatro guardas-civis-metropolitanos acusados de extorquir dinheiro de comerciantes em troca de proteção. Há dois foragidos

Os agentes também vendiam armas para criminosos do PCC, segundo a investigação. A operação, que mobilizou 1.200 agentes, envolve o Ministério Público de São Paulo, o governo do estado, a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Federal, a Receita Federal e o Ministério Público do Trabalho.

Em nota, prefeitura diz que solicitou a prisão de GCM em 2023, mas o MP arquivou o pedido. "Seguindo uma determinação do Prefeito Ricardo Nunes, solicitou, em junho de 2023, ao Ministério Público a prisão preventiva do guarda civil metropolitano Elisson de Assis", diz o comunicado. "O processo foi arquivado pelo Ministério Público em janeiro deste ano, mas a Prefeitura continuou apurando as denúncias envolvendo o agente. O processo de expulsão de Elisson de Assis está concluído."

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