Flávio diz que ir a corte internacional é 'caminho razoável' para Bolsonaro

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, nesta segunda-feira (2), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode recorrer a cortes internacionais caso seja condenado no caso da tentativa de golpe de Estado para se manter no poder.

O que aconteceu

Flávio disse que este é um "caminho razoável". "A defesa vai ter que ir para essa linha também. Tem diversos precedentes no Tribunal de Direitos Humanos da ONU, de pessoas que revertem a sua situação de? jurídica no país quando se constata que houve uma perseguição, uma ilegalidade", afirmou o senador em entrevista à CNN. Para ele, Bolsonaro sobre perseguição.

Senador defendeu anistia "ampla, geral e irrestrita" para suspeitos de envolvimento nos atentados golpistas de 8 de janeiro. Segundo ele, o perdão dos crimes deveria incluir não só o ex-presidente, mas também o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

"PL da Anistia não tem que incluir só o presidente Bolsonaro, tem que incluir o Alexandre de Moraes, os policiais federais que estão sendo usados pelo ministro [Moraes]. Se o policial civil no estado do Rio de Janeiro faz o que um policial federal faz, o que ele faz nesse inquérito, ele está na Corregedoria, vai ser expulso da corporação"
Flávio Bolsonaro em entrevista à CNN

Flávio chamou de "grande feijoada" o inquérito em que Bolsonaro foi indiciado por tentativa de golpe. Ainda segundo ele, há uma estratégia de "vingança" sendo gestada contra o pai. "É jogo de cartas marcadas. Você pode botar o Rui Barbosa pra defender o presidente Bolsonaro, que a declaração dos próprios ministros (do STF), antecipando seus votos, é muito clara de pra onde vai esse cenário", declarou.

Bolsonaro indiciado

Polícia Federal afirma que Bolsonaro "planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva" do plano de golpe de Estado. O relatório final do inquérito, que indiciou o ex-presidente e mais 36 pessoas, aponta também que Bolsonaro tinha conhecimento do plano para assassinar o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes.

Segundo a PF, o golpe só não ocorreu por fatos "alheios à vontade" do ex-presidente. Ao todo, a investigação elenca oito episódios para apontar o papel de Bolsonaro na tentativa golpista e afirma que a tentativa só não foi pra frente devido à negativa dos comandantes do Exército e da Aeronáutica na época, além de a maioria do Alto Comando do Exército não ter aderido ao golpe. Bolsonaro nega as acusações.

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