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OPINIÃO

Sakamoto: 'Falar em anistia para militares é xingar a mãe dos brasileiros'

Do UOL, em São Paulo

02/12/2024 18h59

Discutir a anistia para generais envolvidos em uma suposta tentativa de golpe do Estado, no governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL), é equivalente a xingar a mãe dos brasileiros, avaliou o colunista Leonardo Sakamoto durante o UOL News - 2ª Edição, no Canal UOL, nesta segunda-feira (2).

O governo Bolsonaro era um governo que tinha os militares como seus pilares. Não é que o Bolsonaro, o malvadão, perverteu os pobres militares. Tem setores militares que estavam com ele. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

A Polícia Federal indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas sob suspeita dos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Na lista dos indiciados constam vários militares, entre eles, Braga Netto (PL), Mário Fernandes e Estevam Theophilo, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército. Ao todo, sete generais e um almirante foram denunciados.

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'Poxa, por que o Heleno não freou? Por que o Braga Neto não freou?' Gente, por favor... O Braga Netto e o Heleno são tão radicais quanto o Bolsonaro. Então, o que acontece? É importantíssimo que a gente evite agora começar a passar pano para a cúpula das Forças Armadas, que começam a se movimentar nos bastidores em busca de anistia para os seus. Não pode haver anistia.

Para mim, ouvir anistia de cúpula militar, neste momento, é equivalente a xingar a mãe. Desculpa, eu sinto assim a minha progenitora xingada, né? Quando alguém vem e fala 'não, precisamos, em nome da pacificação do Brasil, botar nesses tipos militares'. Vocês estão de brincadeira! Olha o que aconteceu na última ditadura.

Tudo isso mostra que a gente tinha uma conspiração, e que se essa conspiração não for levada a sério, independentemente das estrelas que as pessoas tenham nos ombros, a gente vai ver a próxima geração sofrer as mesmas coisas que a nossa geração sofreu. É preciso julgar, condenar e botar general no xilindró.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

PF detalha plano para golpe

As investigações apontaram que os indiciados se estruturaram por divisão de tarefas. Isso teria permitido a "individualização das condutas e a constatação da existência de grupos", segundo a PF.

A investigação reuniu mensagens de celular, vídeos, gravações, depoimentos da delação premiada de Mauro Cid e um conjunto de documentos. Em quase dois anos, a equipe da Diretoria de Inteligência da Polícia Federal reuniu elementos, que incluem a minuta de um decreto golpista para decretar "Estado de sítio" no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o vídeo de uma reunião ministerial de Bolsonaro na qual o então presidente chega a afirmar que era necessário agir antes das eleições.

Trama incluía até plano de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes. Estratégia detalhada foi encontrada no HD do general da reserva Mario Fernandes, um dos presos da operação da PF na terça (19) que investigava a tentativa de militares de matar os políticos.

Militares rasgaram minuta de golpe, diz PF

Mensagens recuperadas pela Polícia Federal indicam que aliados de Bolsonaro continuaram mobilizados até janeiro de 2023, mesmo após a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para conseguir a adesão do Exército ao plano de golpe.

Segundo a PF, diálogos de militares recuperados na Operação Contragolpe mostram que o então braço direito de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, às vésperas dos atos do 8 de Janeiro, "tinha ciência de que algo ainda estava por acontecer, que no seu entendimento seria bom para o Brasil".

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Veja a íntegra do programa:

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