Corais, tartarugas, aves, peixes, ostras, mariscos. Não são poucos os grupos de animais na lista de mortos pelo óleo encontrado nas praias do Nordeste, mas pode haver ainda mais.
Ainda não é possível saber a real extensão da devastação, que hoje completa dois meses. Vários ecossistemas da região foram afetados.
"Todos os ambientes costeiros foram afetados em diferentes intensidades, dependendo do tamanho da mancha que os atingiu, densidade no momento em que encostou, estágio da maré e hora do dia. Isso porque o calor ajuda a amolecer a mancha e, durante a noite, é mais difícil o trabalho de remoção", explica a oceanógrafa Mônica Costa, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
Para ela, o número de animais atingidos tem aumentado. "Inicialmente havia poucos registros de encalhes —vivos e mortos. Mas isso vem crescendo significativamente agora. Devem estar ocorrendo em toda parte. Mas nós não temos registro e acesso à informação. Ainda", afirma.
Costa diz que há relatos de pesquisadores de que uma parte do óleo está se enterrando na areia. "A mancha já pode ser detectada a alguns centímetros da superfície da areia. Isso era esperado, pois é o comportamento que foi registrado em outros eventos que atingiram praias", diz.
"Isso é extremamente preocupante, pois demonstra que esse óleo deverá permanecer na praia por algumas décadas, subindo e descendo no pacote sedimentar, mas com um movimento líquido para baixo."