Trabalhadores se isolam em fábrica para continuar produzindo 50 mil máscaras por dia
Funcionários dizem que medida é necessária para prevenir o contágio na linha de produção e garantir que será possível proteger os médicos da Tunísia, onde há 278 casos confirmados de coronavírus e 8 mortes até agora.
Os funcionários de uma fábrica da Tunísia estão produzindo 50 mil máscaras por dia e outros equipamentos médicos de proteção, depois de optarem por ficar isolados no local trabalho, para auxiliar no combate à pandemia do novo coronavírus.
Os 150 trabalhadores, a maioria deles mulheres, ficarão na fábrica da empresa Consomed por um mês.
A fábrica geralmente exporta seus equipamentos de proteção, mas seu foco agora é produzir o suficiente para o setor de saúde nacional. O país do norte da África teve 278 casos confirmados de coronavírus e 8 mortes até agora.
Os funcionários da fábrica são movidos por um sentimento de patriotismo, enquanto a Tunísia luta contra o novo coronavírus, disse o gerente Hamza Alouini à BBC.
A funcionária Khawla Rebhi, que é responsável pela linha de produção, afirmou sentir muita falta de sua família, mas o bom ânimo de seus colegas proporciona alguma compensação.
"Meu marido e minha filha de 16 anos me apoiaram e me incentivaram a fazer isso", disse Rebhi.
A rotina do isolamento
Entre os que se mudaram há uma semana para a fábrica, que fica em uma área rural ao sul da capital, Tunis, estão também cozinheiros, médicos e farmacêuticos.
Há dormitórios separados para 110 mulheres e 40 homens e estoques de suprimentos suficientes para o mês de trabalho.
"Temos uma área designada para todos os tipos de exercícios e danças para as mulheres, e os homens têm uma área de futebol e basquete", disse Rebhi.
A fábrica funciona das 6h30 às 22h30 todos os dias, em dois turnos de trabalho de oito horas, com os homens alocados principalmente no segundo.
"Todos nós temos acesso programas para falar com nossas famílias pela internet quando não estamos trabalhando."
'Precisamos proteger os médicos'
Em seu oitavo dia de confinamento, Alouini disse que ainda há "vibrações positivas" entre todos.
Ele afirmou que os funcionários sentem a necessidade de se isolar na fábrica porque, se o vírus se espalhar entre a força de trabalho, eles não serão capazes de suprir as necessidades dos médicos no país.
"Se não trabalharmos, nossos médicos não estarão protegidos contra o vírus", disse Alouini. "Estou tentando fazer o meu melhor por meu país, pelos hospitais, pelo Exército, pela polícia, por todos."
Rebhi contou que essa missão está dando esperança a todos, mas não negou que estão preocupados com os esforços para conter a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
"Estou vendo como outros governos estão enfrentando dificuldades na Europa e em outros lugares e não posso deixar de me perguntar como um país como a Tunísia lidará com isso."
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