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CoronaVac: maiores de 60 precisam de 3 doses para serem considerados protegidos, diz Opas

A vacina do laboratório chinês Sinovac foi amplamente utilizada este ano na América Latina - Getty Images
A vacina do laboratório chinês Sinovac foi amplamente utilizada este ano na América Latina Imagem: Getty Images

Da BBC

09/12/2021 12h16Atualizada em 09/12/2021 12h40

As pessoas vacinadas com a CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, devem receber uma terceira dose se tiverem 60 anos ou mais para serem consideradas totalmente vacinadas, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

A vacina Sinovac tem sido amplamente utilizada em países da América Latina.

Além do Brasil, também aplicaram a CoronaVac, em maior ou menor proporção, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, México, República Dominicana, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

"Todos aqueles com 60 anos ou mais que receberam Coronavac precisam obter uma terceira dose para serem considerados totalmente vacinados", disse o vice-diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, em uma entrevista na quarta-feira (8/12).

Essa diretriz avança em relação ao esquema proposto pela Opas e pela OMS, que anteriormente indicava que duas doses de Coronavac constituíam o esquema completo de inoculação, embora recomendassem uma terceira dose para grupos de risco como maiores de 60 anos anos e imunossuprimidos, já que ao longo do tempo é observada uma queda nos anticorpos.

Países como Brasil, Colômbia ou Uruguai já implantaram a dose de reforço pelo menos para os grupos de maior risco, embora em alguns lugares a resposta da população à terceira dose tenha sido menor do que às duas primeiras.

Em alguns países, o reforço da terceira dose tem sido feito com outras vacinas (leia abaixo sobre terceira dose no Brasil).

Jarbas Barbosa, vice-diretor da Opas - Getty Images - Getty Images
Jarbas Barbosa, vice-diretor da Opas
Imagem: Getty Images

"Da última vez que revisei os dados, (...) no Brasil provavelmente 60% dessa população já havia recebido a terceira dose. Portanto, muitas pessoas ainda precisam receber a terceira dose para se vacinarem totalmente", acrescentou Barbosa.

Na mesma ocasião, Barbosa também se referiu aos vacinados com doses produzidas pelo laboratório chinês Sinopharm — estas aplicadas em países como Argentina, Cuba, México, Nicarágua e Peru, entre outros.

Ele disse que "todos os maiores de 60 anos que receberam as vacinas produzidas pelos laboratórios Sinovac ou Sinopharm precisam de uma terceira dose", embora não tenha esclarecido se para os vacinados com Sinopharm o esquema vacinal será considerado completo só quando o reforço for recebido.

"Estudos mostram claramente que após seis meses a imunidade começa a diminuir significativamente entre os idosos", acrescentou.

Segundo Barbosa, a recomendação da OMS após ouvir o grupo vacinal independente (Sage, na sigla em inglês) é que todos os imunocomprometidos recebam uma terceira dose da vacina com intervalo de um a três meses entre a segunda e a terceira dose.

Todos os maiores de 60 anos que foram inoculados com Sinopharm ou Sinovac "podem receber um reforço de qualquer dose disponível com um intervalo de três a seis meses a partir da segunda dose", disse o vice-diretor da Opas.

Gráfico sobre a ômicron, nova variante da covid-19 - BBC - BBC
Gráfico sobre a ômicron, nova variante da covid-19
Imagem: BBC

Terceira dose no Brasil

Em meados de novembro, o Ministério da Saúde anunciou que todos os brasileiros com mais de 18 anos estão aptos a tomar uma terceira dose da vacina que protege contra a covid-19.

Até aquele momento, o reforço acontecia após seis meses e só era indicado para indivíduos com mais de 60 anos, profissionais da saúde e imunossuprimidos (pessoas com problemas no sistema imunológico).

O ministro Marcelo Queiroga assegurou que o país tem doses suficientes para oferecer essa terceira aplicação em todos os adultos entre novembro de 2021 e maio de 2022, nos 38 mil postos de saúde espalhados pelo país.

Na ocasião, ao ser questionado sobre o tipo de imunizante que será utilizado como reforço, Queiroga afirmou que o ministério segue apostando no esquema heterólogo.

"A preferência é que essa dose adicional seja de uma vacina diferente, que é uma decisão baseada em dados e na evidência científica", explicou.

Em outras palavras, isso significa que quem tomou duas doses de AstraZeneca receberá uma terceira da Pfizer e vice-versa.

A tendência, de acordo com o ministro, é que a maioria dos adultos receba o produto da Pfizer como terceira dose, até porque o imunizante da AstraZeneca foi o mais utilizado como primeira e segunda doses nessa faixa etária ao longo dos últimos meses.

"No caso de um eventual desabastecimento da vacina da Pfizer, o que não deve acontecer, poderemos utilizar uma outra plataforma vacinal, de preferência de um tipo diferente do que foi usado na vacinação primária", completou Queiroga.

A médica Rosana Leite de Melo, secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, disse que o Brasil já garantiu vacinas suficientes para aplicar a terceira dose e já avalia a necessidade de comprar mais unidades para uma eventual quarta dose em idosos no segundo semestre de 2022.