EUA preparam "estações de quarentena" perante temor de surto de ebola
Os temores que o surto de ebola se estenda fora do continente africano puseram as autoridades sanitárias dos Estados Unidos em alerta e, embora descartem a possibilidade de uma epidemia, já têm preparadas 20 "estações de quarentena" para detectar viajantes infectados.
O medo de que o letal vírus possa estar a um "voo de distância" ficou maior com os recentes casos de vários passageiros infectados que morreram ao chegar a seu destino na Arábia Saudita e na Nigéria, assim como vários casos suspeitos em Nova York e Ohio, que já foram descartados.
Os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA anunciaram nesta quarta-feira (7) o aumento dos esforços, com especial ênfase nos viajantes entre as zonas mais afetadas e os Estados Unidos.
Apesar de ser pouco provável que uma pessoa se contagie com o vírus em um avião, a menos que tenha contato direto com sangue ou fluidos, como saliva ou urina, de um doente, os CDC emitiram diretrizes às companhias aéreas sobre o manejo de passageiros que estejam doentes.
"As companhias aéreas devem considerar utilizar sua própria autoridade para negar a abordagem de pacientes doentes diante da suspeita que têm ebola", indica o documento entregue pelos CDC às companhias aéreas.
Mais sobre o ebola
Clínica na Libéria tem dia de vida, morte e rotina cuidadosa contra ebola
Um hospital do inferno, em uma cidade tomada pelo ebola
Vírus é descoberto nos anos 70; entenda
Ebola não se pega em avião ou rua, e pode ser evitado com sabão, diz médico
Os tratamentos disponíveis contra o ebola
Saiba como evitar o contágio por ebola
Exame para confirmar caso de ebola no Brasil leva até 24 horas
Ebola é descartado em paciente no Rio, diz ministério
Tratar pacientes com ebola é tão perigoso quanto 'andar no trânsito do Rio'
Entre atingidos por ebola, só Guiné ainda concede vistos para o Brasil
Com medo do ebola, brasileiros na Guiné trocam abraço por soco no ar
Opinião do New York Times - O papel impressionante de Cuba no surto de ebola
Os CDC recomendam, além disso, que todos os aviões que viajem aos países afetados pelo ebola contem com uma caixa de primeiros socorros especial perante a possibilidade de tratar um paciente a bordo.
Além das medidas implementadas quanto à segurança aérea, os CDC têm 20 "estações de quarentena" em algumas das cidades mais populosas do país, equipadas para detectar e isolar pessoas que possam estar contagiadas com a doença.
"As estações de quarentena estão localizadas em 20 portos de entrada (aeroportos) e postos fronteiriços terrestres por onde chegam os viajantes internacionais. Estes centros têm pessoal médico e de saúde dos CDC", explicou Belsie González, porta-voz dos CDC.
De acordo com González, estes especialistas são os que decidem se uma pessoa doente pode entrar nos Estados Unidos e quais medidas devem ser tomadas para prevenir que doenças infecciosas como o ebola se propaguem.
A porta-voz acrescentou que, além das "estações de quarentena", os hospitais de todo o país, não só o de Emory, em Atlanta, no qual foram tratados desde sábado dois pacientes com ebola, estão em possibilidades de isolar pacientes com doenças altamente contagiosas.
O diretor dos CDC, Tom Frieden, afirmou recentemente que a alta taxa de mortalidade da doença, entre 50% e 90%, possivelmente seria inferior se os pacientes fossem tratados em condições sanitárias ótimas, algo complicado nos países mais afetados, localizados na África Ocidental, perante a escassez de recursos.
Além do contato direto com sangue e outras secreções de um doente, a exposição a objetos como seringas e equipamento médico é outra via de contágio comum, o que demonstra o considerável número de médicos e enfermeiras contagiados na zona de maior risco.
O vírus causou até agora 932 mortes de 1.711 casos possíveis e confirmados na Libéria, Guiné, Serra Leoa e Nigéria, de acordo com os números mais recentes da OMS (Organização Mundial da Saúde).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Apenas assinantes podem ler e comentar
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia os termos de uso