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Em Natal, 500 médicos suspendem atendimento em 23 unidades por falta de pagamento

Elendrea Cavalcante

Do UOL, em Natal

21/11/2012 18h03

O atendimento médico em 23 unidades e serviços de saúde em Natal (RN) foi suspenso parcial ou totalmente, nesta quarta-feira (21). Postos, ambulatórios, hospitais, maternidades e até mesmo o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) paralisaram o atendimento à população devido a uma dívida de R$ 1,8 milhão da prefeitura com a Coopmed, cooperativa contratada para dar plantões nas unidades de saúde da capital.

No total, 500 profissionais de saúde da cooperativa se revezam nos 1.500 plantões realizados por mês no município. Eles trabalham nas especialidades da pediatria, ginecologia, psiquiatria e medicina intensiva. Por enquanto, a maior parte do atendimento suspenso é na baixa complexidade, mas, segundo a cooperativa, se a prefeitura não realizar o pagamento ou mesmo sinalizá-lo nos próximos dias, o atendimento na média e alta complexidade ficará parado já na próxima semana.

A cooperativa quer receber R$ 1,8 milhão, que deveria ter sido pago pela Prefeitura de Natal no último dia 10 de outubro. Há ainda mais R$ 1,8 milhão a ser recebido do pagamento do dia 10 deste mês - por lei, segundo o órgão, há um prazo de 30 dias para o depósito do valor.

"O pagamento por estes plantões deveria ser realizado no dia 10 de cada mês, mas até o momento não há qualquer previsão. Além disso, nosso contrato com a prefeitura termina no próximo dia 3", explica o presidente da Coopmed, Fernando Pinto.

Além da falta de pagamento, profissionais da cooperativa informaram que as condições de trabalho nas unidades são precárias. Não há materiais para o atendimento básico, como o oxigênio e, em algumas unidades de saúde, não existe sequer água para beber.

A falta de atendimento médico em Natal também atinge as mulheres que procuram as maternidades. A Maternidade das Quintas e a Leide Morais estão com seus atendimentos parcialmente suspensos, enquanto a Maternidade Felipe Camarão está com o atendimento totalmente paralisado.

O problema nas unidades do município tem levado gestantes de Natal a superlotarem a Maternidade Januário Cicco, gerenciada pela UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). Na última semana, mulheres que haviam acabado de ter bebê ou esperavam atendimento eram distribuídas pelos corredores do hospital.

A secretaria de saúde do município, Joilca Bezerra, prometeu que  o prefeito Paulinho Freire deve assinar nesta quinta-feira (22) documento para a liberação do dinheiro à cooperativa. Ela informou ainda que o contrato da Prefeitura de Natal com a cooperativa, que vence no próximo dia 3, será renovado.