Em meio a corte de gastos, Lula promete dinheiro para construir banheiros

Enquanto a equipe econômica se esforça para fechar um corte de gastos de R$ 70 bilhões, o presidente Lula (PT) anunciou a intenção de criar novos programas sociais, incluindo construir banheiros para 4 milhões de pessoas. Ele ressaltou que não aceitará que o Ministério da Fazenda reclame que é despesa.

O que aconteceu

O presidente reforçou que o programa vai dar dignidade a brasileiros carentes. Ele afirmou que viu na TV pessoas que corriam para o mato quando precisavam ir ao banheiro.

Lula falou que encomendou um projeto ao Ministério das Cidades. Jader Filho, que administra a pasta, estava no evento da construção civil onde foi feito o anúncio. O presidente não fixou um prazo para os banheiros saírem do papel. Lula acrescentou que vai buscar parcerias com a iniciativa privada para construção dos banheiros, algo que já acontece no Minha Casa, Minha Vida.

E que não venha dizer banheiro dizer que isso é gasto. Isso é decência.
Lula, se dirigindo a secretário da Fazenda, sobre a proposta social

Aceno à classe média

O presidente também inclui a classe média nos anúncios. Ele pretende aumentar o limite de renda para as pessoas terem acesso a um financiamento do Minha Casa, Minha Vida.

O governo quer que pessoas que ganham entre R$ 6.000 e 7.000 possam ser beneficiadas. Pelas regras atuais, somente quem recebe até quatro salários mínimos (R$ 5.648.,00) pode entrar no Minha Casa, Minha Vida. Trabalhadores em carreiras como bancários, metalúrgicos e outros assalariados estariam no grupo beneficiado.

Não faltará crédito.
Lula, em evento da construção civil

Mais gastos em época de cortes

As promessas do governo ocorrem em meio a um esforço para redução de gastos. Há um mês, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elabora um corte de despesas estimado em R$ 70 bilhões. A redução está prevista para os orçamentos de 2025 e 2026.

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Também houve bloqueio de R$ 6 bilhões em gastos para este ano. Na última sexta-feira (22), o Ministério da Fazenda fez o chamado contingenciamento por causa do aumento com despesas relativas à Previdência.

O corte de despesas neste e nos próximos anos é feito para o governo respeitar o arcabouço fiscal. A regulamentação de despesas e receitas foi criada pelo próprio governo Lula. O mercado pressiona porque cálculos projetam o não cumprimento das regras.

Os cortes do governo devem atingir gastos sociais. A expectativa é que as seguintes despesas sejam afetadas:

  • O crescimento do salário mínimo deve ser limitado ao crescimento do arcabouço (máximo de 2,5%);
  • Mudanças nas regras de concessão do abono salarial e do BPC (Benefício de Prestação Continuada);
  • Alterações nas pensões dos militares;
  • Limites aos supersalários dos servidores.

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