Estudo contraria mito de que corpo em forma de pera é mais saudável
Um novo estudo contraria a noção de que pessoas com corpo em formato de pera (com gordura acumulada nos quadris e nas coxas) são mais saudáveis que aquelas que têm formato de maçã (gordura acumulada no tronco).
Em uma pesquisa anterior, cientistas da Universidade de Oxford concluíram que ter o corpo em formato de pera é menos prejudicial à saúde do que ter o corpo em formato de maçã. No entanto, o novo estudo, realizado na UC Davis Health System, nos EUA, fornece evidências de que o fato não passa de mito.
O estudo, publicado no The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, revelou que a gordura armazenada nas nádegas - também conhecida como tecido adiposo da região glútea – apresenta níveis anormais de duas proteínas - a quemerina e a omentina-1 - o que pode provocar uma inflamação e uma condição pré-diabética em indivíduos com fatores de risco para síndrome metabólica.
De acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, a síndrome metabólica afeta 35% dos adultos norte-americanos com idade acima de 20, aumenta em cinco vezes o risco de diabetes e dobra o de doenças cardíacas. Os fatores de risco incluem ter uma cintura larga, baixos níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL), ou "bom" colesterol, pressão arterial alta, bem como açúcar elevado no sangue em jejum e triglicérides elevados.
"A gordura no abdome tem sido considerada o mais prejudicial à saúde e imaginava-se que a gordura do glúteo protegia contra diabetes, doenças cardíacas e síndrome metabólica",diz Ishwarlal Jialal, principal autor do estudo e professor da UC Davis. "Mas nossa pesquisa ajuda a dissipar o mito de que a gordura do glúteo é inocente". Ele também sugere que níveis anormais de proteínas na região podem ser um indicador precoce de risco de desenvolver síndrome metabólica.
A equipe responsável pelo estudo descobriu que indivíduos com pelo menos três fatores de risco de síndrome metabólica apresentavam níveis desregulados de proteínas na gordura localizada no glúteo, o que foi associado a elevação da pressão sanguínea, triglicerídeos e resistência à insulina.
"Os níveis de quemerina tem alta correlação com quatro das cinco características da síndrome metabólica e podem ser um biomarcador promissor para a síndrome metabólica", afirma Jialal. "A boa notícia é que, com a perda de peso, você pode reduzir os níveis dessa proteína juntamente com o risco da síndrome metabólica", acredita.
Para realizar o estudo, Jialal e seus colegas recrutaram 45 pacientes com pelo menos três fatores de risco de síndrome metabólica, incluindo obesidade central, hipertensão arterial, aumentos discretos nos níveis de glicose. Um grupo de controle de 30 indivíduos tinha menos de dois fatores de risco para síndrome metabólica, com níveis normais de glicose e triglicérides. Ambos os grupos foram pareados por sexo e idade.
Os investigadores verificaram que os níveis de quemerina foram maiores e os níveis de omentina-1 menores no plasma e na gordura do glúteo dos indivíduos com os fatores de risco para síndrome metabólica, em comparação com os do grupo de controle.
"Os grandes estudos epidemiológicos futuros devem se concentrar em avaliar o papel da quemerina como um biomarcador para o desenvolvimento de diabetes e doença cardiovascular na síndrome metabólica", acredita Jialal.
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