Estudos questionam a TPM, mas médicos garantem que o problema não é lenda
Se o assunto Tensão Pré-Menstrual sempre foi dado a polêmicas, parece que agora o quadro está mais sujeito ainda a controvérsias. A razão é que há quem, agora, duvide que a síndrome exista de verdade! No final do ano passado, psicólogos e psiquiatras da Universidade de Toronto, no Canadá, analisaram 41 trabalhos e mais dezenas de artigos sobre o tema e não encontraram nenhuma prova que relacione o mau humor feminino às mudanças hormonais que acontecem nos dias que antecedem a menstruação. No total, apenas 13,5% dos estudos apontaram a existência da TPM.
Felizmente, há quem questione a pesquisa e sua conclusão de que a fragilidade emocional em questão é apenas uma lenda. “Discordo plenamente. Na nossa população, é nítida a influência do ciclo menstrual no humor das pacientes, especialmente nos dias anteriores à menstruação. Nesta fase, as concentrações de estrogênio são mínimas, o que tem sido associado à maior labilidade emocional”, defende o endocrinologista Felipe Henning Gaia Duarte, consultor do SalomãoZoppi Diagnósticos (SP).
Mais de 150 sintomas
Com ele concorda a ginecologista Maria dos Anjos Neves Sampaio Chaves, especialista pela Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (ABPTGI). “É fato que as mudanças hormonais ocorrem e variam de pessoa para pessoa. Temos que valorizar as queixas e entender os sentimentos femininos.”
Choro fácil, irritabilidade, impaciência, ansiedade e até depressão: estes são alguns dos sintomas associados à Tensão Pré-Menstrual que ocorre entre 10 e 14 dias antes da menstruação, e tem duração de três a sete dias. O assunto já foi tão estudado que existem mais de 150 tipos diferentes de sinais relacionados à disfunção.
Distúrbio grave é mais raro
Claro que a proporção é muito variável. Acredita-se, por exemplo, que apenas 5% das mulheres apresentam a síndrome grave. Porém, se considerarmos qualquer intensidade, incluindo as leves, mais da metade do público feminino se queixa do problema.
Segundo a comunidade médica, existem quatro tipos de TPM: A, de ansiedade, quando a mulher fica nervosa, com oscilações de humor e dada a brigas; H, de retenção hídrica, caracterizada por seios doloridos, corpo inchado e ocorrência de dor de cabeça; C, de compulsão, em que surge a vontade incontrolável de ingerir doces, além de sinais como cansaço e cefaleia; e D, de depressão, em que a paciente fica chorosa mesmo sem ter nenhum motivo.
Brasileira é mais sensível
A TPM, causada pela alteração dos hormônios estrogênio e progesterona, acomete e já acometeu 80% das brasileiras, conforme apontou um estudo feito pela Universidade de Campinas (Unicamp) e pelo Centro de Pesquisa em Saúde Reprodutiva de Campinas (Cemicamp). As 860 entrevistas entre 18 e 35 anos relataram sentir sintomas físicos e emocionais, o que acaba impactando em suas atividades cotidianas.
Importante: análises internacionais já mostraram que as brasileiras sofrem mais com a síndrome do que as europeias e americanas. E quando envolve ambos os sinais – físicos e emocionais –, a influência em suas vidas é significativa: 56% disseram que interfere nas relações amorosas e 50,1% nos relacionamentos familiares.
Os quatro tipos de TPM, segundo os especialistas
A, de ansiedade | a mulher fica nervosa, com oscilações de humor e dada a brigas |
H, de retenção hídrica | caracterizada por seios doloridos, corpo inchado e ocorrência de dor de cabeça |
C, de compulsão | surge a vontade incontrolável de ingerir doces, além de sinais como cansaço e cefaleia |
D, de depressão | a mulher fica chorosa mesmo sem ter nenhum motivo |
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