Paciente com ebola nos EUA teve contato com crianças, diz governo do Texas
Pelo menos cinco crianças em idade escolar tiveram contato com o primeiro paciente diagnosticado com o vírus ebola nos Estados Unidos, disse o governador do Texas, Rick Perry, nesta quarta-feira (30). Perry declarou que as crianças tiveram contato com o paciente no começo da semana em quatro escolas diferentes, que já foram identificadas e estão sendo monitoradas.
"Hoje nós soubemos que algumas crianças em idade escolar foram identificadas por terem tido contato com o paciente e agora estão sendo monitoradas em casa para detectar quaisquer sinais da doença", disse Perry.
Segundo o governador, "os pais estão extremamente preocupados".
O paciente chegou ao Texas no dia 20 de setembro vindo da Libéria, e apresentou os sintomas já em território americano. Ele está em 'estrito isolamento' no Hospital Presbiteriano do Texas, em Dallas, desde domingo (28), em estado grave. Seu nome não foi divulgado.
Perry declarou em entrevista coletiva que estava confiante de que o vírus será contido, um dia depois de as autoridades de saúde dos EUA afirmarem que um homem que viajou recentemente da Libéria para o Texas tinha sido diagnosticado com ebola em Dallas.
"Os alunos não têm quaisquer sintomas, e as chances de eles transmitirem qualquer tipo de vírus é muito baixo", disse Mike Miles, superintendente do Distrito Escolar Independente de Dallas, acrescentando que soube da possível exposição dos alunos somente hoje.
Homem avisou hospital que vinha da Libéria
Mark Lester, vice-presidente executivo do hospital de Dallas, admitiu que o paciente informou ao hospital que vinha da Libéria e lamentou que a informação não tenha sido usada como alerta.
"Ele contou que tinha vindo da África, em resposta à enfermeira que fez essa pergunta em uma lista de verificação", disse. "Infelizmente essa informação não foi comunicada a toda a equipe".
O homem diagnosticado com ebola já havia sido atendido no Hospital Presbiteriano de Dallas e liberado depois de tomar antibióticos. Ele ficou dois dias em casa até retornar ao centro médico, onde foi isolado. Segundo Edward Goodman, epidemiologista do hospital, na ocasião o paciente não apresentava sintomas que pudessem evidenciar o ebola.
"Ele foi avaliado por sua doença, que estava muito indefinida. Ele fez alguns testes laboratoriais, que não se mostraram muito impressionantes, e foi liberado com alguns antibióticos", disse Goodman à Public Nation Radio.
As autoridades americanas estão sendo questionadas sobre por que o paciente não foi isolado imediatamente quando chegou ao hospital do Texas.
A cidade de Dallas ativou seu Centro de Operações de Emergência e informou estar avaliando entre 12 e 18 pessoas as quais o paciente confirmou ter tido contato no país.
Os três paramédicos que estavam na ambulância que trouxe o paciente para o hospital apresentaram teste negativo para ebola. Eles estavam em quarentena e foram mandados para casa, onde ainda continuarão sendo avaliados por três semanas.
Primeiro caso fora da África
O número de mortos no pior surto de Ebola já registrado chegou a 3.338 pessoas, em 7.178 casos na África Ocidental até 28 de setembro, informou a Organização Mundial da Saúde nesta quarta-feira (30). Libéria, Guiné, Serra Leoa vivem surtos da doença, que já chegou também na Nigéria, país mais populoso da África.
"É possível que alguém que tenha tido contato com esse indivíduo, como um familiar, possa desenvolver ebola nos próximos dias, mas não tenho dúvidas de que vamos parar por aqui. Não tenho dúvidas de que iremos controlar esta importação ou este caso de ebola, de forma que não se dissemine amplamente neste país".
Hospitais dos EUA receberam cinco infectados
Outros quatro americanos foram infectados pelo ebola na África e repatriados para receberem tratamento.
Um médico americano que trabalhava como voluntário em Serra Leoa foi internado para tratamento de uma unidade de isolamento do Instituto Nacional de Saúde, em Bethesda, Maryland, no domingo (28).
O Hospital da Universidade de Emory, em Atlanta, recebeu um médico americano infectado com o vírus na mesma unidade de isolamento onde os missionários Nancy Writebol e Dr. Kent Brantly foram tratados em agosto. Os três já receberam alta e estão clinicamente curados. Mas devem passar por exames e serem observados no futuro.
(Com jornais internacionais)
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