Cem pessoas podem ter sido expostas a paciente com ebola nos EUA
Autoridades de saúde do Texas informaram, nesta quinta-feira (2), que pelo menos cem pessoas tiveram contato direto ou indireto com o primeiro paciente diagnosticado com ebola nos Estados Unidos. Mais cedo, havia sido informado que 80 pessoas tinham tido contato com o liberiano Thomas Duncan, 42. O estado de saúde dele é grave.
Todas essas pessoas estão sendo monitoradas, entre elas cinco crianças e quatro familiares do paciente. A família de Duncan foi colocada em quarentena, sendo proibida de sair de casa e receber visitas sob pena de prisão.
"Estamos começando com esta rede muito ampla, incluindo pessoas que tiveram até mesmo breves encontros com o paciente ou na casa do paciente," disse Carrie Wilson, porta-voz do Departamento de Estado de Serviços de Saúde do Texas em um comunicado. "O número vai cair à medida que concentrarmos em aqueles cujo contato possa representar um risco potencial de infecção".
Representantes do condado de Dallas, no Estado norte-americano do Texas, disseram que entre 12 e 18 pessoas tiveram contato direto com o paciente antes de, por sua vez, travarem contato com dezenas de outros. Todos estão sendo monitorados e nenhum manifestou sintomas.
Uma autoridade médica de alto escalão pediu aos hospitais dos EUA para extraírem lições do episódio em Dallas, onde um hospital mandou o paciente retornar para casa inicialmente, apesar da informação de que ele havia visitado a África Ocidental recentemente, o que potencialmente expôs mais pessoas ao vírus.
O liberiano Thomas Duncan, 42, chegou à Dallas, no Texas, em 20 de setembro e no dia 26 começou a passar mal. Foi ao Hospital Presbiteriano do Texas onde recebeu antibióticos e foi liberado, mesmo dizendo que vinha do país africano mais afetado pelo vírus. Dois dias depois, foi levado de ambulância ao mesmo hospital, vomitando muito, onde está isolado desde então.
Na quarta-feira (1º), representantes do hospital admitiram que a informação sobre a viagem do homem não foi compartilhada com os outros funcionários que o trataram.
Mais de 3.000 pessoas morreram vítimas do ebola na Libéria, Serra Leoa, Guiné e Nigéria, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) desde março deste ano.
Sobrinho ligou para CDC pedindo ajuda
Josephus Weeks, seu sobrinho que vive em Dallas, disse que ligou para o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) para avisar sobre o estado de saúde do tio Thomas Duncan, 42. O centro pertencente ao governo dos Estados Unidos é o responsável em confirmar diagnósticos de ebola e pelo protocolo de atendimento adotado nos hospitais do país.
“Liguei para o CDC para saber como proceder, porque eu estava preocupado com a vida dele e ele não estava recebendo os cuidados adequados”, disse Weeks à emissora de TV NBC News na noite desta quarta-feira (30).
Um porta-voz do CDC afirmou nesta quinta-feira que a agência buscava confirmar se e quando tal ligação teria sido feita.
Autoridades médicas do Texas ordenaram quatro familiares "próximos" ao paciente a não receberem visitantes e disseram que eles poderiam ser presos, caso saiam de casa sem permissão até o dia 19 de outubro. Os quatro, no entanto, não exibem sintomas.
"Temos protocolos testados e verdadeiros para proteger a população e conter a propagação da doença", disse o médico David Lakey, comissário de Saúde do Texas. "Esta ordem nos dá a capacidade de monitorar a situação da forma mais meticulosa."
Autoridades médicas têm pedido aos funcionários de saúde dos EUA que examinem pacientes para identificar possíveis traços da doença, e que perguntem aos pacientes sobre seu histórico de viagens.
"Infelizmente, isso não aconteceu nesse caso", disse o médico Anthony Fauci, chefe do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas. "Precisamos apenas colocar isso para trás, olhar para frente e ter certeza de que isso não se repita no futuro."
EUA prometem evitar disseminação da doença
Ele e outros familiares de Duncan estão em quarentena, proibidos de sair de casa e receber visitas por determinação do governo americano.
"Aplicamos protocolos reais para proteger a população e impedir a propagação desta doença", indicou o secretário de Saúde do Texas, David Lakey.
Thomas Frieden, diretor do CDC disse ontem (30) que o paciente está sendo tratado em estrito isolamento e que seriam tomadas todas as medidas para garantir que a doença não se espalhasse pelo EUA.
"Eu não tenho dúvida de que vamos controlar este caso de ebola para que ele não se espalhe amplamente neste país", disse.
O diretor do CDC enfatizou que o paciente não estava doente no momento da partida da Libéria ou no momento da chegada aos EUA, já que o vírus só pode ser transmitido por alguém que apresente sintomas da doença. Por isso, ele afirmou que não há risco de o vírus ter se espalhado no avião.
"Há risco zero de transmissão no voo", disse Frieden.
(Com agências internacionais)
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