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Sobrinho de homem com ebola nos EUA pediu ajuda ao governo para internação

Josephus Weeks, sobrinho do liberiano com ebola, concede entrevista à TV NBC - Reprodução/NBC News
Josephus Weeks, sobrinho do liberiano com ebola, concede entrevista à TV NBC Imagem: Reprodução/NBC News

Do UOL, em São Paulo

02/10/2014 12h37

Josephus Weeks, sobrinho do liberiano diagnosticado com ebola nos Estados Unidos, disse que ligou para o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) para avisar sobre o estado de saúde do tio Thomas Duncan, 42. O centro pertencente ao governo dos Estados Unidos é o responsável em confirmar diagnósticos de ebola e pelo protocolo de atendimento adotado nos hospitais do país.

Segundo autoridades sanitárias do Texas, Duncan teve contato com pelo menos 80 pessoas durante seu período nos EUA, destas, cinco crianças. Todos estão sendo monitorados.

Duncan chegou à Dallas, no Texas, em 20 de setembro e no dia 26 começou a passar mal. Foi ao Hospital Presbiteriano do Texas onde recebeu antibióticos e foi liberado, mesmo dizendo que vinha do país africano mais afetado pelo vírus. Dois dias depois, foi levado de ambulância ao mesmo hospital, vomitando muito, onde está isolado desde então.

“Liguei para o CDC para saber como proceder, porque eu estava preocupado com a vida dele e ele não estava recebendo os cuidados adequados”, disse Weeks à emissora de TV NBC News na noite desta quarta-feira (30).

"Eu temia que outras pessoas também pudessem se infectar se ele não fosse atendido, e então liguei para eles para perguntar por que um paciente que pode ter suspeita desta doença não estava recebendo os cuidados adequados?"

Weeks espera que "ninguém tenha sido infectado por causa de um erro que foi feito."

Weeks disse que o CDC avisou o Departamento de Saúde e Serviços Humanos do Texas, mas o departamento não confirmou a informação ao canal de televisão.

Segundo o governo da Libéria, Duncan pode ter contraído o vírus em Monróvia, capital do país, ao socorrer uma vizinha quatro dias antes de embarcar para Dallas para visitar familiares.

"Eu não estou com raiva", disse Weeks. "É mais frustração e preocupação. Espero que ele possa ter acesso ao mesmo tipo de tratamento que foi dado aos outros quatro pacientes que sobreviveram".

Segundo o sobrinho do liberiano, o estado de saúde de Duncan é grave, mas estável.

“Ele ainda está com dor", disse. "Ele está fazendo tudo certo. É um lutador. Acho que nossas orações vão ajudá-lo a sobreviver."

EUA prometem evitar disseminação da doença

Ele e outros familiares de Duncan estão em quarentena, proibidos de sair de casa e receber visitas por determinação do governo americano.

"Aplicamos protocolos reais para proteger a população e impedir a propagação desta doença", indicou o secretário de Saúde do Texas, David Lakey.

Thomas Frieden, diretor do CDC disse ontem (30) que o paciente está sendo tratado em estrito isolamento e que seriam tomadas todas as medidas para garantir que a doença não se espalhasse pelo EUA.

"Eu não tenho dúvida de que vamos controlar este caso de ebola para que ele não se espalhe amplamente neste país", disse.

O diretor do CDC enfatizou que o paciente não estava doente no momento da partida da Libéria ou no momento da chegada aos EUA, já que o vírus só pode ser transmitido por alguém que apresente sintomas da doença. Por isso, ele afirmou que não há risco de o vírus ter se espalhado no avião.

"Há risco zero de transmissão no voo", disse Frieden. "Ele estava marcada para a febre antes de embarcar no voo."