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Brasil tem 944 casos confirmados de microcefalia e lesões neurológicas

Ueslei Marcelino/Reuters
Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Do UOL, Em São Paulo

29/03/2016 17h12

Chegou a 944 o número de bebês com microcefalia ou alterações do sistema nervoso no país, segundo boletim divulgado nesta terça-feira (29) pelo Ministério da Saúde. Até o momento, 1.541 casos com suspeita foram descartados. Há ainda 4.291 casos notificados em investigação. O país enfrenta um surto de crianças que nasceram com lesões neurológicas associadas à epidemia do vírus da zika. 

Nesta semana, os estados do Acre, Amapá, Santa Catarina e Rio Grande do Sul informaram ao Ministério da Saúde a circulação autóctone da zika. Dessa forma, todas as 27 unidades da federação estão com a circulação do vírus. Os 944 casos confirmados ocorreram em 358 municípios, localizados em 21 Estados e Distrito Federal. 

Do início da epidemia, registrado em outubro, até o dia 29 de março, foram confirmadas 47 mortes durante a gestação ou após o parto por alterações no sistema nervoso central. Outras 139 mortes estão sendo investigadas.

As notificações são tanto de bebês com cabeça menor do que o esperado, quanto de fetos que apresentam problemas de formação no cérebro ainda na barriga -- mas que possuem perímetro cefálico normal. Todos passam por exames para detectar se há má-formação e se ela foi provocada por uma infecção na mãe, só então entram na contagem de casos confirmados - não só de microcefalia, portanto, mas também de alguma lesão cerebral.

Segundo o Ministério são casos confirmados aqueles que apresentam alterações típicas indicativas de infecção congênita, como calcificações intracranianas, dilatação dos ventrículos cerebrais ou alterações de fossa posterior entre outros sinais clínicos observados por qualquer método de imagem ou identificação do vírus da zika em testes laboratoriais. Por isso, os especialistas já estudam chamar a condição dos bebês de "síndrome da zika congênita" e não só microcefalia.

Sexo com camisinha para grávidas

Seguindo as diretrizes da OMS, o Ministério da Saúde passou a recomendar às grávidas que façam sexo com camisinha com os seus parceiros que estiveram em regiões endêmicas para o vírus da zika. O alerta acontece após Estados Unidos, França e Itália apontarem casos de suspeita de transmissão sexual do vírus.

“É evidente que gestantes precisam tomar mais cuidados, principalmente porque a maioria das pessoas não manifestam sintomas", disse Marcelo Castro, ministro da Saúde.

61 países desde 2015

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recebeu notificações de presença do vírus da zika em 61 países do início de 2007 até o dia 23 de março de 2016. Quatro desses países e territórios relataram que o surto já terminou.

O relatório da organização mostra também que a Argentina e a Nova Zelândia são os países mais recentes a relatar a transmissão sexual da zika. Assim, cinco países (Itália, França, Estados Unidos, Argentina e Nova Zelândia) já alegaram que a infecção foi adquirida na ausência de qualquer mosquito.

Segundo balanço da OMS, 12 países registraram aumento de casos da Síndrome de Guillain-Barré, que causa paralisia muscular, e analisam a relação com o vírus.

Os casos de microcefalia têm sido relatados no Brasil e na Polinésia Francesa. Nos Estados Unidos e na Eslovênia foram detectados casos, mas os infectados tinham viajado para o Brasil.