Após morte de macaco por febre amarela, parques são fechados em SP
O Zoológico de São Paulo, o Zoo Safári, o Jardim Botânico foram fechados temporariamente a partir desta terça-feira (23) após a confirmação de que um macaco bugio morreu de febre amarela na região. Também foi fechado o Parque Cientec, pertecnente à Universidade de São Paulo. As atrações estão localizadas na zona sul da capital paulista.
O zoológico de São Paulo recebe anualmente cerca de 1,5 milhão de visitantes. Em janeiro, cerca de 60 mil pessoas visitaram o parque. Os parques fechados integram o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, onde estão nascentes do histórico riacho do Ipiranga. Os municípios de Diadema e São Bernardo fazem divisa com a região.
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A medida, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, é preventiva e foi tomada depois que a morte do animal em decorrência da doença foi confirmada na segunda-feira (22) pelo Instituto Adolfo Lutz.
O Parque Zoológico explicou que no dia 10 de janeiro, um técnico encontrou um macaco-bugio de vida livre morto nas dependências do parque. O animal foi encontrado durante uma das rondas que passaram a ser realizadas semanalmente no parque para inspecionar motes de macacos como precaução contra a febre amarela.
Com o registro do caso de morte de macaco por febre amarela no zoológico, quatro novos distritos da zona sul de São Paulo foram incluídos na campanha de vacinação que se inicia nesta quinta-feira (25). São eles: Jabaquara, Cidade Ademar, Cursino e Sacomã. Com a ampliação da população-alvo da campanha, mais de 9 milhões de pessoas deverão ser vacinadas no Estado de São Paulo.
São Bernardo e Diadema, que estão próximos ao zoológico, fazem parte dos municípios que terão vacinação fracionada a partir do dia 25. Toda a população dessas cidades deverá ser vacinada. Procurados pela reportagem, os municípios ainda não decidiram se farão alguma alteração na estratégia de vacinação após o macaco morto por febre amarela ter sido encontrado no zoológico.
Vacinação começa quinta, com senha em domicílio
A Prefeitura de São Paulo passará a distribuir senhas nas casas dos paulistanos na próxima fase da campanha de vacinação, que foi antecipada para quinta-feira (25). A nova fase da campanha, que terá somente doses fracionadas, tem como objetivo imunizar os moradores de 20 distritos com prioridade nas zonas leste e sul da capital. Ao contrário do que vinha ocorrendo até agora, não serão distribuídas senhas nas unidades de saúde.
Agentes comunitários de saúde e integrantes de associações de bairro passarão nas casas dos paulistanos dessas regiões entregando as senhas. O morador poderá escolher entre dois ou três dias diferentes para receber a imunização.
As senhas começarão a ser entregues nesta terça-feira (23). O site da secretaria trará a lista de endereços por onde os representantes da gestão passarão naquele dia, entregando. Caso o morador não esteja em casa no momento da passagem do agente, poderá procurar a Unidade Básica de Saúde de referência de seu bairro, com comprovante de endereço, para ser imunizado.
Os paulistanos que não moram nesses 20 distritos, mas que vão viajar para área de risco, deverão procurar uma das 17 unidades de referência em saúde do viajante para tomar a vacina. Nessas unidades, será oferecida a vacina fracionada para quem tiver viagem marcada para dentro do Brasil e a dose padrão para os viajantes internacionais.
Na zona norte, onde todos os postos de saúde até agora estão oferecendo a vacina, a oferta do imunizante passará a ser restrita a poucas unidades, somente para os moradores que ainda não foram protegidos. Nesses casos, não haverá distribuição de senha nas residências.
Após finalizar a campanha nos 20 distritos das zonas sul e leste, a secretaria fará outras três fases de imunização, nos meses de março, abril e maio. Em cada uma, a previsão é vacinar cerca de 2 milhões de pessoas. A previsão do secretário é de que todos os paulistanos estejam imunizados até o meio do ano.
Como funciona o fracionamento?
No fracionamento da vacina da febre amarela, a mesma vacina é utilizada, só que em dose menor. A diferença está no volume e no tempo de proteção. A dose padrão possui 0,5 ml e protege por toda a vida, enquanto a dose fracionada tem 0,1 ml e protege por oito anos, segundo estudos realizados pelo Instituto Biomanguinhos, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), fabricante da vacina.
A estratégia de fracionamento da vacina é recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) quando há aumento de casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional e que não tinham recomendação para vacinação anteriormente.
Quem deve tomar a dose fracionada?
A vacinação fracionada é recomendada para pessoas a partir dos dois anos de idade. Mas não é indicada para crianças de 9 meses a dois anos, para pessoas com condições clínicas especiais (como vivendo com HIV ou em período final de quimioterapia, por exemplo) e gestantes.
Viajantes internacionais, que devem apresentar comprovante de viagem no ato da vacinação, também precisam tomar a dose integral. Durante a campanha de vacinação, todos esses públicos receberão a dose normal.
Vale ressaltar que a vacina contra a febre amarela é contraindicada para pacientes em tratamento de câncer, pessoas com imunossupressão e pessoas com reação alérgica grave à proteína do ovo. A vacinação contra febre amarela impede a doação de sangue por um período de quatro semanas. (*Com informações do Estadão Conteúdo)
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