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72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono, aponta pesquisa

São vítimas de distúrbios como insônia, ronco, apneia, narcolepsia e síndrome das pernas inquietas. - Getty Images
São vítimas de distúrbios como insônia, ronco, apneia, narcolepsia e síndrome das pernas inquietas. Imagem: Getty Images

Larissa Leiros Baroni

Do UOL, em São Paulo

16/03/2018 04h00

No Brasil, cerca de 72% da população sofre de doenças relacionadas ao sono, segundo um estudo da Royal Philips, divulgado nesta sexta-feira (16), data em que se comemora o Dia Mundial do Sono. Na América Latina, o índice é de 75% --inflado pelos mexicanos (88%) e colombianos (75%), mas amenizado pelos argentinos (64%).

Como explica Alina Asiminei, líder de mercado para Cuidados Respiratórios e Sono na Philips América Latina, os distúrbios do sono são alterações nos padrões ou nos hábitos de dormir e incluem a insônia [dificuldade prolongada e anormal para adormecer], o ronco, a apneia [quando a respiração para e volta diversas vezes durante o sono], a narcolepsia [sono súbito e incontrolável] e a síndrome das pernas inquietas.

"Entre os brasileiros, o mais comum é a insônia, seguida da apneia", destaca Asiminei, que ressalta que cerca de 73 milhões de brasileiros têm dificuldades para dormir. E o que tem tirado o sono dos brasileiros, de acordo com a pesquisa, são as preocupações financeiras, o uso das tecnologias antes de ir para cama e as preocupações relacionadas ao trabalho.

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"Os números são preocupantes e revelam à falta de tratamentos adequados às doenças do sono", declarou Asiminei. "Sempre há uma maneira de melhorar o sono", enfatiza a especialista, que diz que o ronco, o cansaço contínuo e a constante falta de concentração podem ser importantes alertas e indícios de que é hora de buscar um médico.

Apesar de reconhecer a importância, não priorizamos o sono

O estudo aponta ainda que mais da metade dos brasileiros (68%) reconhecem o impacto do sono sobre a saúde e o bem-estar. "Pena que pouco fazem para priorizá-lo", afirma a representante da Philips, ao destacar o baixo número de pessoas que obedecem a um horário fixo para ir para a cama ou que dormem a quantidade recomendada (de 7 a 9 horas por dia).

Os latino-americanos dormem em média 6,9 horas por dia. E, no Brasil, por exemplo, apenas 44% dos entrevistados têm um horário estabelecido para dormir e sentem mais culpa se não praticarem exercícios (59%) do que se não dormirem bem.

Efeitos de uma noite mal dormida

O cansaço (56%), a falta de concentração (45%) e dores físicas como dor de cabeça, pescoço e cólicas (43%) foram algumas das principais consequências de uma noite mal dormida. "Assim como uma boa alimentação, o sono de qualidade é fundamental para um estilo de vida saudável", afirma Asiminei.

De acordo com a pesquisa, o sono de má qualidade está relacionado à propensão ao desenvolvimento de doenças crônicas [hipertensão ou problemas cardíacos], aos efeitos sobre a saúde mental [depressão e ansiedade], ao aumento de acidentes de trânsitos e à limitação no desempenho físico e na capacidade cognitiva.

O estudo da Royal Philips foi realizado com 15 mil pessoas maiores de 18 anos de 13 países distintos, sendo 4 deles da América Latina (Argentina, Brasil, Colômbia e México). As entrevistas foram realizadas entre 1º e 13 de fevereiro de 2018.