Santa Casa no RS recebe aparelho inédito que ajuda doente a andar de novo
Pacientes do Hospital Santa Casa de Porto Alegre são os primeiros da América Latina a ter ajuda de um aparelho de reabilitação robótica para voltar a caminhar. Disponível para atendimentos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o equipamento Erigo ajuda pessoas com problemas neurológicos ou sofreram acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo, a se recuperar de forma mais rápida.
A tecnologia está disponível no hospital desde o mês passado e já foi testada em cinco pacientes.
"Na oitava sessão, já me sentia 70% melhor", diz o aposentado Emílio Schneider, 50, que sofre de neuropatia motora. O problema dificulta movimentos - e o equipamento ajuda a recuperá-los.
"A sensação de caminhar e ficar e pé para quem não consegue é um avanço muito grande. As pessoas têm de imediato a percepção do resultado do tratamento. Eles (pacientes) ficam muito satisfeitos", disse ao UOL o coordenador de fisioterapia do hospital, Rodrigo Plentz.
O aparelho funciona como uma maca na vertical, que dá apoio ao paciente e o coloca em pé. Ao mesmo tempo, simula movimentos de caminhada e envia estímulos elétricos aos músculos, ajudando na contração dos membros inferiores.
Fisioterapeutas vieram da Espanha para treinar os profissionais do hospital gaúcho.
"Estamos acostumados a fazer reabilitação nos pacientes e usar eletroestimulação, mas a associação desta prancha ortostática que estimula a movimentação dos membros inferiores por meio da eletroestimulação nos deu um resultado satisfatório e superior em vários aspectos, principalmente no controle motor precoce", disse Plentz.
Segundo o profissional, além de ganhos na mobilidade, o aparelho "melhora a musculatura, o coração, os pulmões e o sistema nervoso central. Tudo isto está interligado".
O aparelho é utilizado em pacientes que não estejam em estado considerado grave, mas tenham dificuldades de locomoção. A ideia é antecipar a volta à caminhada também em pacientes que fizeram grandes cirurgias -- o que os profissionais chamam de reabilitação precoce.
Da Suíça
O aparelho custou cerca de R$ 400 mil e foi comprado com recursos do Fundo Nacional do Idoso, que dá descontos em imposto para pessoas físicas ou jurídicas que fazem doações para esse fim.
"O equipamento veio da Suíça e é o primeiro a ser utilizado no Brasil e na América Latina. Somos pioneiros na importação desta tecnologia. Estamos em fase de experimentação com os pacientes", disse Plentz.
Ele calcula que o aparelho reduza em 30% o tempo de internação, já que, ao promover a caminhada precoce, acelera a evolução do paciente. Com menos tempo internado, o paciente também consome menos remédios e gasta menos recursos do hospital.
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