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Bebê nasce dentro de bolsa amniótica, e foto viraliza; médicos explicam

O pequeno Noah nasceu empelicado em Vila Velha (ES) e parece mandar beijo em foto - Janaina Brasil Fotografia
O pequeno Noah nasceu empelicado em Vila Velha (ES) e parece mandar beijo em foto Imagem: Janaina Brasil Fotografia

Marcela Leite

Do UOL, em São Paulo

01/02/2019 21h40

A foto de um bebê dentro do saco amniótico intacto, como se estivesse mandando um beijo, tem chamado a atenção na internet. O caso raro do pequeno Noah foi registrado por uma fotógrafa especializada em partos em Vila Velha, no Espírito Santo, na última segunda-feira (28).

Depois de 39 semanas de "gestação conturbada", com anemia grave, Noah chegou ao mundo por meio de cesariana, com 48 cm e pesando 3,41 kg. Por ter uma dificuldade respiratória, Monyck Valasco, mãe do menino, explica que ele teve de ir para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal.

"Ele está bem e mamando muito. As enfermeiras o chamam de 'o fortão da UTI'", conta Monick. "Foi uma surpresa para a gente", completa.

O que explica tal espanto é a raridade da situação, para a ginecologista, obstetra e especialista em reprodução Renata de Camargo Menezes. "Em uma cesariana, normalmente a manipulação do médico facilita a ruptura da bolsa. Já no parto normal, a pressão que o útero exerce com as contrações acaba fazendo com que a bolsa se rompa", diz a médica.

No entanto, apesar de não ser comum, a especialista diz que não há risco no nascimento de um bebê empelicado - como é popularmente conhecido o fenômeno. Pelo contrário.

"Para o bebê é melhor, porque ele sai de um ambiente escuro e cheio de líquidos para um ambiente mais claro, com barulho e temperaturas diferentes, e consegue se manter protegido um pouco mais, se adaptar sem um choque muito grande", diz Renata.

Além desse benefício, a obstetra e professora de ginecologia e obstetrícia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) Melania Amorim explica que médicos têm usado a técnica de não estourar a bolsa durante cesarianas "como estratégia protetora para o nascimento de bebês prematuros e também para o nascimento de bebês de mães que tenham o vírus HIV".

Segundo a especialista, a literatura médica registra o caso espontâneo - quando não há intervenção ou manuseio do médico para evitar a ruptura - em um a cada 80 mil partos.