Topo

'Doença do pombo' mata dois homens em Santos

O cinegrafista Mauro Sérgio Senhorães, 43, morto em decorrência da "doença do pombo", em Santos  - Reprodução/Facebook
O cinegrafista Mauro Sérgio Senhorães, 43, morto em decorrência da 'doença do pombo', em Santos Imagem: Reprodução/Facebook

Lucas Borges Teixeira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/08/2019 18h21Atualizada em 09/08/2019 14h33

Dois homens morreram em decorrência da criptococose, conhecida como "doença do pombo", no mês passado, em Santos, no litoral paulista.

O empresário José Wilson de Souza, 56, e o cinegrafista Mauro Sérgio Senhorães, 43, tratavam da doença havia cerca de quatro meses e tiveram os mesmos sintomas no começo: dores de cabeça fortes, sinais de febre, tonturas e cansaço. A suspeita inicial era de outras doenças, mas o quadro de saúde de ambos piorou com o tempo.

A prefeitura de Santos confirmou que o diagnóstico de ambos era a "doença do pombo".

Souza foi internado na Santa Casa da cidade no dia 6 de julho após sofrer um AVC (acidente vascular cerebral) e ficar em coma. Ele morreu 12 dias depois. Senhorães morreu no dia 26, na Beneficência Portuguesa.

A Secretaria de Saúde de Santos diz que, até a morte dos dois homens, não tinha conhecimento dos casos pois a doença não está na lista de notificação obrigatória pelos hospitais. Segundo o Ministério da Saúde, a criptococose não é transmissível entre seres humanos nem de animais para homens.

A Prefeitura de Santos afirmou que, para prevenir a doença, promove a limpeza de fezes de pombos em locais públicos e realiza eventos educacionais para instruir a população.

Criptococose é uma doença grave

A criptococose é uma doença provocada pela inalação das fezes secas contaminadas dos pombos. Ela é causada por fungos, que se instalam no pulmão do paciente e disseminam para o sistema nervoso central.

O Ministério da Saúde considera a doença um "importante problema de saúde pública" por causa da sua "elevada letalidade e transcendência da doença, que pode desenvolver formas clínicas graves".

A criptococose tem tratamento, feito via internação, com antifungúricos disponibilizados gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Os sintomas são febre, fraqueza, dor no peito ou de cabeça, rigidez na nuca, náusea e vômito, tontura e sudorese noturna. Pode também haver comprometimento ocular, pulmonar e ósseo.

Para se prevenir em casa, os órgãos responsáveis recomendam manutenção da limpeza com cloro em eventuais locais com a presença de pombos.