Topo

Esse conteúdo é antigo

Coronavírus: 2ª suspeita em Paulínia é enfermeira que atendeu 1º paciente

Felipe de Souza

Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)

31/01/2020 21h35

A Prefeitura de Paulínia (SP), a 130 km da capital, informou hoje que o segundo caso suspeito de coronavírus na cidade é em uma enfermeira que atendeu ao homem que se tornou a primeira suspeita notificada da nova doença no interior paulista.

Segundo Fábio Alves, secretário de saúde e médico sanitarista, a profissional, que tem 30 anos e mora na cidade, foi quem coletou os exames do homem de 46 anos em um hospital particular de Campinas (SP), a 22 km de Paulínia, onde ele procurou por ajuda quando percebeu que estava com sintomas da doença.

"Ela começou a ter tosse e febre no dia seguinte que realizou o atendimento. A enfermeira procurou uma unidade de saúde daqui da cidade e contou o histórico. Como já havia uma orientação anterior de coletar exames e encaminhá-los ao Instituto Adolfo Lutz (em São Paulo) e notificar a possibilidade de suspeita, isso foi feito", afirmou o secretário.

Nenhum caso confirmado de coronavírus ou de transmissão interna ainda foi notificado no Brasil.

A mulher já iniciou tratamento com antibióticos e está em casa, conforme orientação do Ministério da Saúde. Ela está isolada. O bairro onde ela mora não foi divulgado pela prefeitura por questão de segurança. Ela não conhecia o homem antes do atendimento médico, apesar de viverem na mesma cidade. "Uma grande coincidência", disse Alves.

UOL Explica - O que é o coronavírus?

Isolado em casa

O homem de 46 anos é um empresário que mora em um bairro da região central da cidade — o endereço também não foi divulgado pela administração municipal. Ele voltou de Pequim na semana passada, quando começou a sentir febre alta, coriza e tosse. Ele procurou o hospital particular de Campinas, e, depois da notificação da unidade para a possível contaminação por coronavírus, começou a ser tratado em Paulínia.

A esposa e a filha, que não viajaram, não tiveram nenhum sintoma da doença, e, segundo o médico, podem viver normalmente. "Ele é o único que demanda atenção, utiliza máscaras e não pode sair de casa. Ele fez um tratamento com antibióticos hoje e, na próxima terça-feira, retornará à unidade de saúde onde está sendo cuidado para verificar a evolução dos sintomas", explica Alves.

Apesar dos questionamentos da população sobre o fato de o paciente ficar em casa, e não em um hospital, o médico afirma que é algo possível, já que o empresário está estável e em tratamento.

Casos suspeitos em SP

Além dos dois possíveis casos em Paulínia, há uma suspeita de coronavírus em Americana (SP). Segundo a Prefeitura, o paciente é um menino de três anos de idade, que visitou a China recentemente. Ele passa bem.

Há ainda outros quatro casos suspeitos em todo o estado de São Paulo. O Ministério da Saúde divulgou que, nesta sexta-feira (31), o país tem 14 pacientes em atenção por possibilidade de terem contraído a doença.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Fábio Alves é médico sanitarista, e não infectologista, como estava informado no segundo parágrafo do texto. A informação foi corrigida.