Trump suspende voos da Europa para os EUA para conter coronavírus
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje a suspensão de parte dos voos da Europa para os EUA pelos próximos 30 dias. As restrições, tomadas em função da pandemia de covid-19, serão iniciadas na próxima sexta-feira (13), a partir da meia-noite, e não se aplicarão ao Reino Unido.
"A União Europeia falhou em tomar as mesmas precauções [que os EUA] e em restringir voos da China e outros países", criticou Trump. "Decidi tomar medidas duras, mas necessárias, para proteger a saúde e o bem-estar de todos os norte-americanos e evitar que novos casos entrem em nosso território. Vamos suspender todos os voos da Europa para os EUA pelos próximos 30 dias", completou.
O presidente, no entanto, cometeu um erro. A restrição se aplica somente a estrangeiros que, nos últimos 14 dias, estiveram em algum dos 26 países da chamada Área Schengen. A medida também não se aplica a cidadãos norte-americanos, residentes permanentes e parentes imediatos.
A iniciativa, segundo Trump, abrange somente aeronaves comerciais, e não aviões de carga vindos do continente europeu. "Paralelamente, estamos monitorando a situação na China e na Coreia do Sul e, uma vez que a situação [nesses países] melhore, vamos reavaliar as restrições", anunciou.
Acordo com planos de saúde
Trump ainda lembrou do encontro que teve com representantes dos planos de saúde no início da semana para discutir ações contra o coronavírus. De acordo com o presidente, eles concordaram em não fazer cobranças adicionais pelos tratamentos contra a doença, "estendendo a cobertura do seguro" gratuitamente.
Ao contrário do Brasil, que tem o SUS (Sistema Único de Saúde), os EUA não contam com um serviço público de saúde.
O norte-americano também garantiu que as autoridades competentes estão trabalhando incansavelmente para disponibilizar terapias antivirais em tempo recorde. "Esses tratamentos vão reduzir significativamente o impacto e o alcance do coronavírus", disse Trump.
O presidente ainda citou a criação, na semana passada, de um fundo de US$ 8,3 bilhões para ajudar o Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano (CDC, na sigla em inglês) no "combate ao vírus, desenvolvimento de vacinas e distribuição de suprimentos médicos".
Medidas drásticas também na Europa
Mais cedo, atendendo a um pedido da região da Lombardia, o governo da Itália passou a tratar toda a península inteira como zona vermelha para conter a disseminação do vírus. Com isso, todas as lojas, bares e restaurantes devem permanecer fechados, segundo divulgado pelo jornal "Corriere della Sera".
"A saúde dos italianos vem em primeiro lugar. Pedimos a suspensão de todas as atividades comerciais, exceto as relacionadas a bens de primeira necessidade e farmácias. Fechemos bares, restaurantes, hotéis, pubs, cabeleireiros. Indústrias e fábricas só vão continuar a operar se tiverem condições de proteger os trabalhadores", anunciou o primeiro-ministro Giuseppe Conte.
Serviços de transporte, bancários, postais e de segurança funcionam normalmente, acrescentou Conte. "A principal regra se mantém: devemos limitar os deslocamentos a motivos de necessidade ou para ir ao mercado", reforçou.
Ao final, o premiê deixou uma mensagem de otimismo e pediu a colaboração de todos os italianos. "O país precisa da responsabilidade de cada um de nós. Somos parte de uma mesma comunidade. Todos se beneficiam dos próprios sacrifícios e dos sacrifícios dos demais. Ficamos distantes hoje para nos abraçarmos depois. Juntos vamos conseguir", concluiu.
Até o momento, 827 pessoas morreram e mais de 12 mil casos foram confirmados no país, que tem hoje a situação mais crítica da Europa.
Covid-19 agora é pandemia
Pela manhã, a OMS (Organização Mundial da Saúde) mudou a classificação da covid-19 para pandemia, num reconhecimento de que a estratégia de conter a proliferação da doença já não seria suficiente. A classificação significa que uma transmissão recorrente está ocorrendo em diferentes partes do mundo e de forma simultânea.
Na prática, a agência indica que governos devem trabalhar não apenas conter um caso, mas também para atender uma parcela da população mais ampla e vulnerável. Agora, as antigas estratégias precisam ser substituídas por um plano sanitário que evite mortes e que atue para toda a população, como é o caso da proibição de voos anunciada hoje por Trump.
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