Quem fizer viagem internacional deve ficar em casa por 7 dias, diz Saúde
Felipe Amorim
Do UOL, em Brasília
13/03/2020 12h30
Em reunião com autoridades de saúde dos estados, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, afirmou que o governo aposta nesse momento em medidas que possam reduzir o contato social e, portanto, a velocidade transmissão do novo coronavírus.
Mas, segundo Oliveira, a determinação de quarentena "é uma medida de exceção, é a última medida que vamos adotar", diz.
O Ministério está preocupado que um aumento exponencial nos casos graves do coronavírus possa superlotar os hospitais.
Para evitar esse cenário, a pasta está orientando as autoridades de saúde de estados e municípios a adotarem medidas como o isolamento de pacientes suspeitos, fortalecimento da triagem de pacientes nas unidades de saúde e o uso de equipamentos de proteção individual, como máscaras, para doentes, familiares e profissionais de saúde.
O Ministério da Saúde também recomenda que pessoas que voltaram de viagens internacionais, mesmo que não apresentem nenhum sintoma de gripe, permaneçam isoladas em casa por sete dias a partir da data da chegada ao Brasil.
Além disso, uma das principais medidas continua sendo a lavagem das mãos e cuidados ao espirrar em público, protegendo o rosto com o braço.
Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, países que passaram por uma explosão no número de casos tiveram dificuldades de dar atendimento a todos os doentes.
"A gente está buscando reduzir a velocidade da transmissão por meio de uma estratégia que diminua a circulação de pessoas, o contato de pessoas, principalmente de pessoas doentes com pessoas que não estão doentes", disse Oliveira.
"O objetivo é reduzir a velocidade de transmissão de forma que o sistema de saúde consiga se manter ativo, se manter com capacidade de resposta", afirmou o secretário.
Outras recomendações são:
- Campanhas de esclarecimento na mídia para conscientizar sobre cuidados na higiene respiratória e a necessidade de isolamento caso apareçam sintomas. - Cancelamento ou adiamento de grandes eventos esportivos, artísticos, comerciais ou religiosos. Caso não seja possível adiar, a recomendação é que o evento ocorra sem público. - Adiar a realização de cruzeiros turísticos. - Fornecer locais para lavar as mãos em locais públicos e privados, além de toalhas de papel descartável e álcool gel.
Segundo Wanderson Oliveira, com o início do outono na próxima semana e a diminuição das temperaturas, é esperado um aumento nos casos de doenças respiratórias, o que deve favorecer a transmissão do coronavírus.
"A preocupação maior não é nem pela temperatura, mas pela aglomeração de pessoas em locais fechados, sem ventilação", disse Oliveira.
Nas regiões onde for identificada a transmissão comunitária do vírus, as recomendações do Ministério da Saúde são no sentido de reduzir a circulação de pessoas na cidade.
A transmissão comunitária ocorre quando não é mais possível identificar a fonte de transmissão de pacientes que contraem a doença, o que indica que o vírus já circula entre a população.
Entre as recomendações para as áreas com transmissão comunitária estão:
- Reduzir os desolamentos para o trabalho, incentivando reuniões virtuais e o trabalho de casa. - Estimular a adoção de horários alternativos de trabalho para reduzir o movimento nos horários de pico. - Antecipar as férias nas instituições de ensino.