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Witzel decreta estado de emergência no Rio por causa do coronavírus

Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, em Brasília -
Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, em Brasília

Igor Mello

Do UOL, no Rio

16/03/2020 15h59

O governador Wilson Witzel (PSC) decretou hoje estado de emergência no Rio de Janeiro para conter uma possível epidemia do novo coronavírus. A medida foi tomada após reuniões com setores de bares e restaurantes, shoppings, cinemas, setores culturais e equipe econômica. O decreto será editado ainda hoje.

Segundo Witzel, o atendimento em bares e restaurantes será reduzido a um terço das mesas, enquanto em shopping centers somente a praça de alimentação permanecerá aberta. "Ficou definido que será reduzido em até um terço do atendimento [em bares e restaurantes]. Poucas pessoas poderão estar em bares e restaurantes. E a nossa recomendação é que a comida seja comprada através do serviço de entrega. E que as pessoas que forem comprar comida peguem e levem para casa", disse o governador.

De acordo com Witzel, um dos efeitos da decretação do estado de emergência é a facilitação de contratações ligadas à emergência do coronavírus.

O estado registrou o primeiro caso de um doente que apresenta estado de saúde muito grave devido à contaminação por coronavírus. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o homem é um médico de 65 anos que está internado em estado gravíssimo num hospital da rede privada da capital fluminense.

"Ele apresentou sintomas de febre, tosse, dificuldades respiratórias no dia 11 de março. Não teve histórico de viagem nos 14 dias anteriores ao início dos sintomas e também não teve contato direto com casos confirmados nem suspeitos", informou a pasta em nota. O secretário estadual de Saúde do Rio, Edmar Santos, afirmou na tarde de hoje que o paciente segue em estado grave na UTI, mas apresentou uma "pequena melhora".

O UOL apurou que o paciente é o médico nefrologista e ex-vereador Edison Régio de Moraes Souza, o Dr. Edison da Creatinina. Ele é professor da Faculdade de Medicina da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), onde ministra aulas de nefrologia.

No começo da tarde, Witzel voltou a pedir para que a população evite aglomerações após um fim de semana com registros de praias lotadas, bares e restaurantes cheios e manifestação convocada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Witzel evitou falar em medidas de força contra aglomerações, mas pediu que a população tenha consciência para ajudar a conter o número de casos de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

"Quero pedir à população pelo amor de Deus e pelo amor que você tem aos seus pais e aos seus avós", afirmou Witzel em entrevista hoje à TV Globo. "Esse vírus vai se propagar de uma forma ou de outra, mas a velocidade de propagação vai da população entender que não pode se aglomerar."