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Bolsonaro afirma que segundo teste para coronavírus deu negativo

Presidente Jair Bolsonaro caminha pelo Palácio da Alvorada com máscara de proteção contra novo coronavírus - ADRIANO MACHADO
Presidente Jair Bolsonaro caminha pelo Palácio da Alvorada com máscara de proteção contra novo coronavírus Imagem: ADRIANO MACHADO

Do UOL, em São Paulo

17/03/2020 21h54

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite de hoje que o segundo teste para coronavírus deu negativo. Ele divulgou a informação por meio de seu perfil do Twitter. O anúncio ocorre no mesmo dia em que foi confirmada a primeira morte por covid-19 no país.

O primeiro teste para detectar coronavírus foi realizado na última semana pelo presidente, pouco após retornar dos Estados Unidos. Ele fez o exame depois que o secretário especial de comunicação da Presidência da República, Fábio Wajngarten, foi diagnosticado com a doença. Também hoje foi confirmado o 15ª diagnóstico de um integrante da comitiva que viajou aos EUA com Bolsonaro.

Calamidade pública

Ainda esta noite, o governo divulgou que solicitará ao Congresso Nacional o reconhecimento de Estado de Calamidade Pública até 31 de dezembro de 2020 por causa da pandemia. A medida dispensa o governo de cumprir a meta fiscal. Como justificativa, em nota, a secretaria especial de comunicação alegou "necessidade de elevação dos gastos públicos para proteger a saúde e os empregos dos brasileiros e da perspectiva de queda de arrecadação."

Ao Jornal Nacional, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou apoiar o pedido.

"Como havia dito anteriormente, não há outra saída. Sem o aumento do gasto público, o Brasil teria muita dificuldade de passar por essa crise, tanto do ponto de vista da saúde pública, quanto na garantia dos empregos e na proteção dos mais vulneráveis. A medida terá o total apoio do Parlamento", disse o parlamentar.

Presença em protestos

protesto - Felipe Pereira/UOL - Felipe Pereira/UOL
O presidente Jair Bolsonaro faz selfie com celular de apoiadores em protesto em Brasília, no domingo
Imagem: Felipe Pereira/UOL

Sem máscara em meio à pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro cumprimentou simpatizantes e manuseou celulares de alguns apoiadores para fazer selfies, na tarde de domingo, descumprindo orientação do Ministério da Saúde para evitar aglomerações.

O presidente disse que tem "direito" de apertar as mãos das pessoas e que tem "obrigação moral de saudar o povo".

"Se eu me contaminei, isso é responsabilidade minha. Ninguém tem nada a ver com isso", acrescentou. "Mesmo que o povo erre, você tem que respeitar a vontade popular."

Ele alegou "histeria" em relação ao coronavírus e afirmou que o governo está preocupado e trabalhando para minimizar os problemas.

Casos no Brasil e primeira morte

Além da primeira morte confirmada em São Paulo, o ministério da Saúde divulgou hoje 291 casos confirmados e 8.819 casos suspeitos no país.

Nesta tarde, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o governo projeta um crescimento no número de casos do coronavírus entre os meses de abril e junho, o que deve pressionar a capacidade de atendimento do sistema público de saúde.

"Vamos passar 60 a 90 dias de muito estresse", disse o ministro, em apresentação hoje sobre a situação do coronavírus no país.

Segundo o ministro, apenas em julho o crescimento no número de casos deve se estabilizar. A partir de setembro, diz Mandetta, deve ser menor a quantidade de novos casos.

Integrantes de comitiva contagiados

Na tarde de hoje, o deputado-federal Daniel Freitas (PSL-SC) divulgou que seus exames testaram positivo para o diagnóstico de covid-19. Com isso, aumentou para 15 a contagem de pessoas diagnosticadas com coronavírus e que estiveram com Bolsonaro na viagem aos Estados Unidos.

Quem da comitiva de Bolsonaro que contraiu a covid-19

  • Karina Kufa, advogada de Jair Bolsonaro
  • Fábio Wajngarten, secretário de Comunicação
  • Marcos Troyjo, secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Economia
  • Samy Liberman, secretário-adjunto de Comunicação
  • Sergio Lima, publicitário que ajuda Bolsonaro a criar o partido Aliança Pelo Brasil
  • Robson Andrade, presidente da CNI
  • Nelson Trad (PSD-MS), senador
  • Nestor Foster, encarregado de Negócios do Brasil nos EUA
  • Francis Suarez, prefeito de Miami
  • Quatro pessoas da equipe de apoio do GSI
  • Daniel Freitas (PSL-SC), deputado-federal
  • Flávio Roscoe (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais)

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