Covid-19: Bolsonaro e ministro dizem que País vai passar por dias 'duros'
De máscaras, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), afirmaram que a pandemia de coronavírus vai fazer o Brasil passar por dias "duros" e "difíceis" a partir de agora. O presidente, porém, cobrou elogios a ele mesmo pois seu governo estaria "ganhando" em várias áreas.
As declarações foram dadas em entrevista coletiva no Palácio do Planalto na tarde desta quarta-feira (18), com o presidente, oito ministros e o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - uma mesa com dez autoridades, sendo seis de origem militar.
O número de casos vai subir, disse Mandetta. "A gente deve começar a perceber agora a subida dos casos", iniciou. "Teremos dias duros, teremos semanas cansativas onde esse assunto vai trazer estresse. O momento é de calma, nós vamos passar, teremos dias difíceis. O Brasil ja passou por momentos mais dramáticos do que esse na sua história."
Bolsonaro reafirmou algumas ideias do ministro. "Teremos dias duros, mas serão menos difíceis se cada um se preocupar com seus parentes", contou. E acrescentou, em outro momento: "O momento é de grande preocupação, é de gravidade".
Ao mesmo tempo, Bolsonaro disse que seu governo "está ganhando" e cobrou elogios ao ele mesmo na imprensa. O presidente respondia uma pergunta da TV Globo a respeito dos panelaços contra seu governo realizados na noite de terça-feira em capitais do país.
Segundo o presidente, "se o time ganha, parabéns a todos". "Se o time perde, o primeiro a ser demitido é o técnico. O nosso time está ganhando. Se o time está ganhando, vamos elogiar o seu técnico, o seu técnico chama-se Jair Bolsonaro."
O presidente afirmou que não irá a manifestações para celebrar os 56 anos do golpe de Estado que, em 1964, instalou uma ditadura militar no Brasil e que levou militares a serem condenados pela Justiça por torturas.
Ele afirmou que, pelo que se informou com grupos de direita, esse evento será cancelado por causa do coronavírus. "Não há clima para isso. A realidade vai chegando aos poucos."
Máscaras foram usadas para evitar problemas
O ministro Mandetta disse que o uso de máscaras pelos dez integrantes da mesa não era sem motivo. Muitos deles tiveram contato com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, que contraiu a covid-19 assim como o ministro das Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque.
Quando iam falar, alguns entrevistados retiravam as máscaras e outros colocavam. A mesa dos entrevistados ficou a mais de três metros dos jornalistas para evitar problemas.
Presidente diz que estava "ao lado do povo"
Jair Bolsonaro foi questionado várias vezes se ele se arrependia de ter participado de manifestações em seu favor no domingo (15), e contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo com a crise do coronavírus. Ele disse que estava "ao lado do povo".
"É um exemplo que estou ao lado do povo. Tudo correu na normalidade. É o risco de o chefe de estado deve correr." Bolsonaro ainda afirmou que "menos de 1 milhão" de pessoas participaram dos protestos em todo o país.
"Não estou infectado, não coloco em risco", disse Bolsonaro
"A partir do momento em que não estou infectado, não coloco em risco", disse Bolsonaro. No entanto, mais tarde o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que os testes não são "certificados", mas fotografias de um momento.
O ministro da Saúde disse que, se algum dos membros do governo, que tiveram contato com Heleno e Bento Albuquerque, apresentarem sintomas de coronavírus, farão novos testes para verificar a situação.
Na entrevista, Bolsonaro disse que não existe "nenhum problema" entre ele e Mandetta, apesar de seus movimentos contraditórios.
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