OMS avalia diferentes métodos contra coronavírus e diz: vacina já é testada
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou hoje que a entidade contabiliza mais de 200 mil casos reportados do novo coronavírus ao redor do mundo, com mais de 8 mil mortes. Destes números, 80% dos casos seriam da Europa e da região da Ásia/Pacífico.
Para combater a pandemia, a OMS está dando início ao que chamou de "teste de solidariedade". Segundo Ghebreyesus, trata-se de um estudo internacional comparando diferentes tratamentos para gerar dados robustos capazes de acelerar a eficiência de um tratamento contra o vírus da Covid-19.
"Muitos testes pequenos com diferentes métodos podem não nos dar evidências claras e fortes, que precisamos a respeito de quais tratamentos nos ajudam a salvar vidas. A OMS e seus parceiros estão organizando um estudo em diversos países nos quais alguns tratamentos não testados ali são comparados entre si", explicou o diretor-geral da OMS.
"Muitos países confirmaram que farão parte do teste de solidariedade: Argentina, Bahrein, Canadá, França, Irã, Noruega, África do Sul, Espanha, Suíça e Tailândia. E acreditamos que muitos mais se juntarão a nós", acrescentou.
Segundo o diretor-geral da OMS, "o primeiro teste de vacina já começou, apenas 60 dias depois de o sequenciamento genético do coronavírus ter sido compartilhado".
"Este é um feito incrível. Parabenizamos os pesquisadores de todo o mundo que se reuniram para avaliar a terapia experimental", acrescentou.
Exemplo da Coreia do Sul
Em sua entrevista coletiva, Ghebreyesus destacou o trabalho feito pela Coreia do Sul no combate à pandemia. Segundo dados da OMS, o país teve mais de 800 casos no auge, contra 90 neste momento.
"Um mês atrás, a Coreia do Sul enfrentou uma aceleração da transmissão comunitária da Covid-19. Mas não se rendeu. O país educou, fortaleceu e engajou comunidades, desenvolveu uma estratégia inovadora de testes e expandiu a capacidade de laboratórios, além de racionar o uso de máscaras", disse o diretor da OMS.
"Um rastreamento exaustivo foi feito, com testes em áreas selecionadas. E casos suspeitos foram isolados em instalações designadas, em vez de hospitais, ou em casas. Como resultados, os casos da Covid-19 têm caído por semanas", acrescentou.
Na coletiva de hoje, Tedros Adhanom Ghebreyesus ainda reforçou que medidas como distanciamento social — como cancelamentos de eventos esportivos e culturais — podem ajudar a frear a transmissão do coronavírus e aliviar a sobrecarga nos sistemas de saúde, ajudando a pandemia a se tornar mais administrável.
"Sabemos que muitos países estão enfrentando uma escalada da pandemia e estão se sentindo sobrecarregados", informou Ghebeyesus. "Nós ouvimos vocês. Sabemos das tremendas dificuldades que vocês encaram e da enorme pressão sob a qual vocês estão. Sabemos das escolhas que vocês estão tendo que tomar."
"Todos os dias, a OMS conversa com ministros da Saúde, chefes de estado, profissionais da saúde, administradores de hospitais, líderes industriais, CEOs e mais, para ajudá-los a preparar e priorizar, de acordo com cada situação específica", acrescentou.
"Não presuma que sua comunidade não será afetada. Prepare-se como se ela fosse ser. Não presuma que você não será infectado. Prepare-se como se você fosse ser. Mas há esperança. Há muitas coisas que muitos países podem fazer", emendou Ghebreyesus.
"A OMS continua a recomendar o isolamento, o teste e o tratamento de cada caso suspeito da Covid-19, e o monitoramento de cada contato (...). É a melhor esperança para a prevenção da transmissão comunitária", completou.
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