Manaus, Fortaleza, São Paulo e Rio não devem relaxar isolamento, diz Saúde
O Ministério da Saúde afirmou que as cidades de Manaus, Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro são lugares que não devem relaxar nas medidas de isolamento, sob o risco de se observar uma aceleração de casos infectados pelo coronavírus.
São capitais dos estados com maior número de casos oficiais de covid-19.
"Ontem mesmo, eu conversei com a Secretaria de Vigilância e Saúde do estado do Amazonas. Eu creio que Manaus, São Paulo e Rio de Janeiro são os locais que nós não podemos relaxar ainda com as medidas de distanciamento social", disse hoje, em entrevista coletiva em Brasília, Wanderson Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde do ministério.
O Amazonas vive uma situação de colapso do seu sistema de saúde. O Ministério da Saúde vai construir um hospital de campanha em Manaus.
O Ministério da Saúde anunciou hoje que subiu para 1.124 o número de mortes registradas pelo novo coronavírus no Brasil — 68 óbitos confirmados nas últimas 24 horas. Até ontem, eram 1.056 mortes.
No total, são 20.727 casos oficiais no país até agora — aumento de 1.089 diagnósticos em um único dia —, segundo o Ministério.
Distribuição de respiradores
O Ministério da Saúde explicou os critérios que são utilizados para distribuição de respiradores para os estados. Os lugares avaliados com a situação mais crítica têm prioridade.
"Os 60 respiradores requisitados pela Receita Federal, que estavam sendo exportados, foram distribuídos da seguinte forma: 30 para Fortaleza, 20 para Manaus e 10 para o Amapá", afirma Oliveira.
De acordo com João Gabbardo, secretário-executivo do Ministério da Saúde, a pasta conta com a indústria nacional para suprir a ausência de respiradores.
"Nós tivemos a compra cancelada da importação de 15 mil respiradores da China, nós já temos um contrato assinado com produtores nacionais para produzir mais 7 ou 8 mil respiradores. Devemos, na semana que vem, assinar outro contrato com outro conjunto de empresas. Com isso, nós esperamos adquirir pelo menos 15 mil respiradores com produção nacional."
Prefeito de Manaus cita "colapso funerário"
Arthur Virgílio Neto (PSDB), prefeito de Manaus, disse ontem que a cidade já vive um "colapso funerário" com as mortes causadas pela covid-19 e atacou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por "desmobilizar" a população sobre a importância do isolamento social.
"Está havendo um colapso funerário, os enterros estão crescendo de maneira exponencial, as mortes. É uma situação que deixa as pessoas nervosas, estressadas. Atitudes como a do presidente, que sai tranquilamente às ruas e mostra que para ele não há perigo em nada, fazem com que hoje muitas ruas em Manaus estejam cheias de carros", disse ele à CNN Brasil.
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